GÊNERO E DESENVOLVIMENTO NAS NAÇÕES UNIDAS: AVANÇOS E DESAFIOS COM O GENDER MAINSTREAMING

Autores

  • Rúbia Marcussi Pontes UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas)

Resumo

O presente artigo discute a influência dos estudos feministas e do conceito de gênero nos trabalhos da Organização das Nações Unidas (ONU) principalmente a partir da perspectiva Gênero e Desenvolvimento (GED) e da estratégia de “gender mainstreaming” na década de 1990. Objetiva-se resgatar o histórico e a importância do conceito de gênero para os estudos feministas, com crescente substituição do conceito de mulheres, e a incorporação da perspectiva de gênero tanto por organizações não-governamentais (ONGs) quanto pela ONU, confluindo na estratégia de “gender mainstreaming” na Plataforma de Ação de Pequim de 1995. Busca-se, sobretudo, ressaltar como a temática de gênero e desenvolvimento perpassou os trabalhos das Nações Unidas e como o conceito de gênero passou por ressignificações nesse processo, bem como os avanços e dificuldades para a promoção da igualdade de gênero e para a incorporação das políticas de integração das questões de gênero pelos Estados.

Biografia do Autor

Rúbia Marcussi Pontes, UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas)

Mestranda em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com bolsa CNPq. Graduada em Ciências Econômicas (2016) e em Relações Internacionais (2015) pelas Faculdades de Campinas (FACAMP). Atua principalmente nas áreas de economia política internacional, política externa e organizações internacionais. E-mail para contato: rubiamarcussi@gmail.com

Referências

BUNCH, C. Women and Gender. In: DAWS, S.; WEISS, T. (eds.). The Oxford Handbook on the United Nations. Oxford: Oxford University Press, 2008, p. 1-11.

CHARLESWORTH, H.; CHINKINE, C. The creation of UN Women. In: Regulatory Institutions Network (RegNet) Research Paper, n. 2013/7, Canberra: Australian National University, 2011, p. 1-37.

CHARLESWORTH, H. Not Waving but Drowning: Gender Mainstreaming and Human Rights in the United Nations. Harvard Human Rights Journal, v. 18, p. 1-18, 2005.

CUENCA, E. C. Gender Mainstreaming and Human Rights. Journal of Literature and Art Studies, v. 5, n. 10, p. 917-929, 2015.

KROOK, M.; TRUE, J. Rethinking the life cycles of international norms: the United Nations and the global promotion of gender equality. European Journal of International Relations, n. 18, p. 103-127, 2010.

MIRANDA, C.; PARENTE, T. Plataforma de Ação de Pequim, avanços e entraves ao gender mainstreaming. Revista OPSIS, v. 14, n. 1, p. 415-430, 2014.

MOLYNEUX, M. Mobilization without Emancipation? Women’s interests, the State, and Revolution in Nicaragua. Feminist Studies, v. 11, n. 2, p. 227-254, 1985.

NICHOLSON, L. Interpretando o gênero. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 8, n. 2, p. 9-43, 2000.

ONU MULHERES. “Conferências Mundiais da Mulher”. In: Website oficial da ONU Mulheres Brasil. 2017. Disponível em: <http://www.onumulheres.org.br/planeta5050-2030/conferencias/>. Acesso em 30 dez. 2017.

PISCITELLI, A. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, Heloisa B.; SZWAKO, José E. (orgs.) Diferenças, igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, p. 116-149.

RAZAVI, S.; MILLER, C. From WID to GAD: Conceptual Shifts in the Women and Development Discourse. Occasional Paper 1, United Nations Research Institute for Social Development (UNDP), 1995.

RUBIN, G. The Traffic in Women: Notes on the “Political Economy” of Sex”. REITER, Rayna R. (org.) Toward an Anthropology of Women. New York: Monthly Review Press, p. 157-210, 1975.

SAFFIOTTI, H. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004.

SARDENBERG, C. Migrações perigosas: as (des)aventuras semânticas do conceito de gênero nos projetos e políticas para mulheres no Brasil. GONÇALVES, Eliane; VANNUCHI, Maria Lúcia; TRÓPIA, Patrícia; TOSTA, Tania (orgs.) Iguais? Gênero, trabalho e lutas sociais. Goiânia: Editora da PUC Goiás, p. 19-48, 2014.

SCOTT, J. Gender: a useful category of historical analyses. In: SCOTT, Joan. Gender and the politics of history. New York: Columbia University Press, 1989.

UN WOMEN WATCH. “Short history of the Commission on the Status of Women”. In: Website oficial da UN Women Watch. 2000. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/daw/CSW60YRS/CSWbriefhistory.pdf>. Acesso em 29 out. 2017.

UN WOMEN WATCH. “Important concepts underlying gender mainstreaming”. In: Website oficial da UN Women Watch. 2001. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/osagi/pdf/factsheet2.pdf>. Acesso em 29 out. 2017.

UNITED NATIONS. Charter of the United Nations. The United Nations. 1945. Disponível em: <http://www.un.org/en/charter-united-nations/index.html>. Acesso em 28 dez. 2017.

UNITED NATIONS. “1944-1945: Dumbarton Oaks and Yalta”. In: Website oficial das Nações Unidas, 2017 a. Disponível em: <http://www.un.org/en/sections/history-united-nations-charter/1944-1945-dumbarton-oaks-and-yalta/index.html>. Acesso em 9 set. 2017.

UNITED NATIONS. “1945: San Francisco Conference”. In: Website oficial das Nações Unidas, 2017 b. Disponível em: <http://www.un.org/en/sections/history-united-nations-charter/1945-san-francisco-conference/index.html>. Acesso em 9 set. 2017.

UNITED NATIONS. Gender mainstreaming: an overview. New York: Office of the Special Adviser on Gender Issues and Advancement of Women, 2002. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/osagi/pdf/e65237.pdf>. Acesso em 29 out. 2017.

UNITED NATIONS. Beijing Declaration and Platform for Action. Pequim, 15 de setembro de 1995. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/daw/beijing/pdf/BDPfA%20E.pdf>. Aceso em 29 out. 2017.

UNITED NATIONS. Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women. New York, 18 de dezembro de 1979. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw/text/econvention.htm#intro>. Acesso em 29 out. 2017.

UNITED NATIONS. Report of the Economic and Social Council for 1997. A/52/3, 18 de setembro de 1997. Disponível em: <http://www.un.org/documents/ga/docs/52/plenary/a52-3.htm>. Acesso em 4 jan. 2018.

WILLIAMS, S.; SEED, J.; MWAU, A. Manual de formação em gênero da OXFAM. Recife: SOS Corpo, Gênero e Cidadania: OXFAM, 1999.

Downloads

Publicado

2018-12-18

Edição

Seção

Artigos