A emergência de vozes contra-hegemônicas e o papel do jornalista

Autores

  • Raíssa Freitas Universidade Estadual de Campinas

Resumo

A discussão a respeito da democratização dos meios de comunicação hoje já encontra grande reverberação, seja na academia, entre os movimentos sociais ou no meio dos profissionais da comunicação. No entanto, a experiência atual mostra que existe um debate urgente no que diz respeito ao papel do jornalista mediador e da sua legitimidade como portador oficial do discurso contra-hegemônico.
No Brasil, a emergência das publicações alternativas ocorreu de maneira mais expressiva no período da ditadura civil-militar, com os jornais O Pasquim, Opinião, Movimento etc. Atualmente, no contexto da internet, vemos novamente a emergência dos discursos contra-hegemônicos, cumprindo um papel importante nesses tempos em que vemos novamente a violação de princípios democráticos no cenário político, com destaque para os Jornalistas Livres e o Mídia Ninja.
Embora o advento das redes online tenha possibilitado a inserção de novos atores no campo da comunicação, existe ainda uma distância entre os atores políticos populares e os veículos de comunicação alternativa. Ao mesmo tempo em que os movimentos sociais ainda se esforçam para abranger um público maior sem possuir a técnica ou os contatos para tanto, os maiores grupos de jornalismo alternativo se colocam como os emissores do discurso contra-hegemônico muitas vezes sem a participação dos movimentos sociais em suas discussões.
É importante questionar, portanto, o que seria a real quebra da hegemonia do discurso? Seria o ato de divulgar ideias e valores que diferem do discurso da mídia hegemônica ou seria questionar também a hegemonia do emissor legitimado, que em geral vem da classe dominante, de formação universitária ou mesmo egressos das grandes publicações? Quais as implicações discursivas dessa quebra parcial da
hegemonia?
Essas questões serão colocadas na exposição oral com base na minha pesquisa de mestrado sobre jornalismo e televisão e na minha experiência como colaboradora dos Jornalistas Livres.

Biografia do Autor

Raíssa Freitas, Universidade Estadual de Campinas

Mestranda pelo programa de Artes Visuais do Instituto de Artes da UNICAMP. Área de Comunicação Social

Referências

Livros:

MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.

KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários nos tempos da imprensa alternativa. São Paulo: Edusp, 2003.

ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. Folhetim: Folha de São Paulo, São Paulo, p.4-7, 04 mai. 1986.

Artigos em periódicos:

ALVES, Ana Rodrigues cavalcanti. O conceito de hegemonia: de Gramsci a Laclau e Mouffe. Lua Nova, v.1, nº 80, São Paulo, 2010.

Páginas da Internet:

FERREIRA, Marina. Desdobramentos da ocupação da Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Rede Rua. Disponível em: <http://www.rederua.org.br/single-post/2017/05/29/Desdobramentos-da-ocupa%C3%A7%C3%A3o-da-Secretaria-Municipal-de-Direitos-Humanos >. Acesso em 20 jun 2017.

JORNALISTAS LIVRES. Quem somos. Jornalistas Livres. Disponível em: <https://jornalistaslivres.org/quem-somos/> Acesso em 20 jun. 2017

RAQUEL, Martha. Por que a caminhada das mulheres lésbicas e bissexuais é importante? Jornalistas Livres. Disponível em <https://jornalistaslivres.org/2017/06/por-que-caminhada-das-mulheres-lesbicas-e-bissexuais-e-importante/> Acesso em 23 jun. 2017.

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Publicado

2018-01-23