As lutas simbólicas do Candombe mineiro: das comunidades N’goma à tradição festiva dos Tambus sagrados

Autores

  • Maria do Rosário Gomes da Silva Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

A tradição do Candombe é herdeira de uma cultura percussiva de origem Banto característica de inúmeras etnias africanas que concebem o tambor como um ente sagrado com poderosos significados simbólicos. Transplantada em terras americanas durante os séculos de tráfico negreiro, essa cultura do tambor deu origem ao Candombe em Minas Gerais por volta do final do século XVIII, quando foi inserida nas celebrações festivas típicas dos quilombos que surgiram na região como espaços de refúgio e luta pela liberdade. Caracterizado pela forma singular de unir as narrativas da escravidão e o culto às divindades africanas ao ritmo efusivo dos tambores Bantos, o festejo do Candombe tornou-se fonte de uma luta simbólica, que, mesmo após o fim do regime escravista brasileiro, permaneceu resistindo contra todas as formas de colonialidade e opressão racial que ainda mantêm as práticas culturais afrodescendentes invisibilizadas e marginalizadas na esfera pública do país.

Biografia do Autor

Maria do Rosário Gomes da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais, graduada em Relações Internacionais e docente da área de Ciências Humanas. Possui vínculo com projetos de pesquisa na área artística e cultural, com ênfase nos seguintes campos teóricos: História da África, Filosofia Política, Estudos Latino-Americanos e Movimentos Sociais.

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Publicado

2018-01-23