GÊNERO E DESENVOLVIMENTO NAS NAÇÕES UNIDAS: AVANÇOS E DESAFIOS COM O GENDER MAINSTREAMING
Resumo
O presente artigo discute a influência dos estudos feministas e do conceito de gênero nos trabalhos da Organização das Nações Unidas (ONU) principalmente a partir da perspectiva Gênero e Desenvolvimento (GED) e da estratégia de “gender mainstreaming” na década de 1990. Objetiva-se resgatar o histórico e a importância do conceito de gênero para os estudos feministas, com crescente substituição do conceito de mulheres, e a incorporação da perspectiva de gênero tanto por organizações não-governamentais (ONGs) quanto pela ONU, confluindo na estratégia de “gender mainstreaming” na Plataforma de Ação de Pequim de 1995. Busca-se, sobretudo, ressaltar como a temática de gênero e desenvolvimento perpassou os trabalhos das Nações Unidas e como o conceito de gênero passou por ressignificações nesse processo, bem como os avanços e dificuldades para a promoção da igualdade de gênero e para a incorporação das políticas de integração das questões de gênero pelos Estados.
Referências
BUNCH, C. Women and Gender. In: DAWS, S.; WEISS, T. (eds.). The Oxford Handbook on the United Nations. Oxford: Oxford University Press, 2008, p. 1-11.
CHARLESWORTH, H.; CHINKINE, C. The creation of UN Women. In: Regulatory Institutions Network (RegNet) Research Paper, n. 2013/7, Canberra: Australian National University, 2011, p. 1-37.
CHARLESWORTH, H. Not Waving but Drowning: Gender Mainstreaming and Human Rights in the United Nations. Harvard Human Rights Journal, v. 18, p. 1-18, 2005.
CUENCA, E. C. Gender Mainstreaming and Human Rights. Journal of Literature and Art Studies, v. 5, n. 10, p. 917-929, 2015.
KROOK, M.; TRUE, J. Rethinking the life cycles of international norms: the United Nations and the global promotion of gender equality. European Journal of International Relations, n. 18, p. 103-127, 2010.
MIRANDA, C.; PARENTE, T. Plataforma de Ação de Pequim, avanços e entraves ao gender mainstreaming. Revista OPSIS, v. 14, n. 1, p. 415-430, 2014.
MOLYNEUX, M. Mobilization without Emancipation? Women’s interests, the State, and Revolution in Nicaragua. Feminist Studies, v. 11, n. 2, p. 227-254, 1985.
NICHOLSON, L. Interpretando o gênero. Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 8, n. 2, p. 9-43, 2000.
ONU MULHERES. “Conferências Mundiais da Mulher”. In: Website oficial da ONU Mulheres Brasil. 2017. Disponível em: <http://www.onumulheres.org.br/planeta5050-2030/conferencias/>. Acesso em 30 dez. 2017.
PISCITELLI, A. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, Heloisa B.; SZWAKO, José E. (orgs.) Diferenças, igualdade. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2009, p. 116-149.
RAZAVI, S.; MILLER, C. From WID to GAD: Conceptual Shifts in the Women and Development Discourse. Occasional Paper 1, United Nations Research Institute for Social Development (UNDP), 1995.
RUBIN, G. The Traffic in Women: Notes on the “Political Economy” of Sex”. REITER, Rayna R. (org.) Toward an Anthropology of Women. New York: Monthly Review Press, p. 157-210, 1975.
SAFFIOTTI, H. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2004.
SARDENBERG, C. Migrações perigosas: as (des)aventuras semânticas do conceito de gênero nos projetos e políticas para mulheres no Brasil. GONÇALVES, Eliane; VANNUCHI, Maria Lúcia; TRÓPIA, Patrícia; TOSTA, Tania (orgs.) Iguais? Gênero, trabalho e lutas sociais. Goiânia: Editora da PUC Goiás, p. 19-48, 2014.
SCOTT, J. Gender: a useful category of historical analyses. In: SCOTT, Joan. Gender and the politics of history. New York: Columbia University Press, 1989.
UN WOMEN WATCH. “Short history of the Commission on the Status of Women”. In: Website oficial da UN Women Watch. 2000. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/daw/CSW60YRS/CSWbriefhistory.pdf>. Acesso em 29 out. 2017.
UN WOMEN WATCH. “Important concepts underlying gender mainstreaming”. In: Website oficial da UN Women Watch. 2001. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/osagi/pdf/factsheet2.pdf>. Acesso em 29 out. 2017.
UNITED NATIONS. Charter of the United Nations. The United Nations. 1945. Disponível em: <http://www.un.org/en/charter-united-nations/index.html>. Acesso em 28 dez. 2017.
UNITED NATIONS. “1944-1945: Dumbarton Oaks and Yalta”. In: Website oficial das Nações Unidas, 2017 a. Disponível em: <http://www.un.org/en/sections/history-united-nations-charter/1944-1945-dumbarton-oaks-and-yalta/index.html>. Acesso em 9 set. 2017.
UNITED NATIONS. “1945: San Francisco Conference”. In: Website oficial das Nações Unidas, 2017 b. Disponível em: <http://www.un.org/en/sections/history-united-nations-charter/1945-san-francisco-conference/index.html>. Acesso em 9 set. 2017.
UNITED NATIONS. Gender mainstreaming: an overview. New York: Office of the Special Adviser on Gender Issues and Advancement of Women, 2002. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/osagi/pdf/e65237.pdf>. Acesso em 29 out. 2017.
UNITED NATIONS. Beijing Declaration and Platform for Action. Pequim, 15 de setembro de 1995. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/daw/beijing/pdf/BDPfA%20E.pdf>. Aceso em 29 out. 2017.
UNITED NATIONS. Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women. New York, 18 de dezembro de 1979. Disponível em: <http://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw/text/econvention.htm#intro>. Acesso em 29 out. 2017.
UNITED NATIONS. Report of the Economic and Social Council for 1997. A/52/3, 18 de setembro de 1997. Disponível em: <http://www.un.org/documents/ga/docs/52/plenary/a52-3.htm>. Acesso em 4 jan. 2018.
WILLIAMS, S.; SEED, J.; MWAU, A. Manual de formação em gênero da OXFAM. Recife: SOS Corpo, Gênero e Cidadania: OXFAM, 1999.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Rúbia Marcussi Pontes- Os artigos, resenhas e demais trabalhos publicados na Revista Orbis Latina podem ser copiados, distribuídos, editados, remixados e utilizados desde que citada a fonte, sempre respeitando os limites da legislação sobre os direitos do(s) autor(es).