O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E AS POLÍTICAS INDUSTRIAIS NO BRASIL

Autores

  • MÁRCIO LUIZ RIBEIRO Universidade Estadual do Oeste do Paraná/ Mestrando em Economia
  • LUCIANO DE SOUZA COSTA Universidade Estadual do Oeste do Paraná/ Professor do curso de graduação em Ciências Econômicas

Resumo

O objetivo é analisar o processo histórico de industrialização brasileira e avaliar, por meio de estatísticas descritivas, as políticas industriais no pós-guerra com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Durante todo o governo militar a indústria aumentou mais de 5,3%, sendo que o planejamento do Estado foi determinante desse crescimento. Entre 1985 a 2002, período de maior abertura econômica, a indústria caiu 4,7% e, novamente, declinou mais 6% entre 2003 e 2014. Assim, a indústria de transformação brasileira que representava 11,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1947, passou a representar somente 10,9% do PIB em 2014. Embora os dados coloquem em dúvida a efetividade da política industrial no Brasil, a intervenção do Estado se justifica pela coordenação do processo de criação e difusão de tecnologias por meio de subsídios, incentivos fiscais, financiamento, regulação do direito de patentes e padrões técnicos, investimento em sistema de inovação regional e investimento em educação. A ausência de uma política industrial efetiva associada a problemas estruturais da economia brasileira explicam a baixa competitividade da indústria no Brasil.

Biografia do Autor

MÁRCIO LUIZ RIBEIRO, Universidade Estadual do Oeste do Paraná/ Mestrando em Economia

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2016) e Mestrando em Economia Unioeste-Toledo (2017).

LUCIANO DE SOUZA COSTA, Universidade Estadual do Oeste do Paraná/ Professor do curso de graduação em Ciências Econômicas

Doutor em Economia pela UFPR (2014), mestre em Economia Social e do Trabalho pela Unicamp (2002) e graduado em Economia pela UFU (1999). Pesquisas na área de Economia, com ênfase em Economia social do trabalho. Professor de Economia da Unioeste-Cascavel. Pertenço ao Grupo de pesquisa em Economia Pesquisa Aplicada

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Publicado

2018-12-18

Edição

Seção

Artigos