REALIDADE E FICÇÃO NA AMÉRICA LATINA
Resumo
O presente artigo faz uma análise dos elementos intelectuais básicos que tornam possíveis grande parte dos diagnósticos, críticas e projetos relativos à América Latina. Para isso, se lança mão do exemplo de alguns autores: Rodó, Oswald de Andrade e Cruz Costa. Em muitas daquelas produções se observa a presença de uma promessa de um futuro grandioso ou de um painel dissonante que não fornece um quadro unitário sobre nosso subcontinente. Em ambos os casos, a base comum para essas produções supõe uma distinção muito nítida entre realidade e ficção. Em função de sua ineficácia histórica, isso conduz à suspeita de que essa disjunção clássica da filosofia ocidental não se aplica de forma pertinente à América Latina. Por sua vez, isso sugere que são necessários outros instrumentos conceituais - mais adequados e distintos dos disponíveis na tradição ocidental - para lidarmos de maneira eficaz com a cultura latino americana.
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