Literatura: Contação de História com Ênfase na Cultura Afro-Brasileira

Autores

  • Liane Maria Gonçalves Franco
  • Luciane Foletto Olivo
  • Sandra de Oliveira Ferreira
  • Alai Garcia Diniz

Resumo

Este artigo é resultante do trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar da Escola Estadual Olavo Bilac em Medianeira (PR), com assessoria da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), a qual ofereceu, em parceria com o Núcleo Regional de Educação, o Curso de Aperfeiçoamento em Educação para as Relações Étnico-Raciais.
Na programação do referido curso, foram promovidos debates e analisados conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo escolar. O objetivo foi destacar a importância da leitura e da oralidade para transmissão dos conhecimentos — historicamente construídos — da cultura afro-brasileira e, principalmente, enfocar o uso deste conhecimento como instrumento de mudança de mentalidade, de elevação da autoestima e de reconhecimento de uma matriz referencial por parte dos afrodescendentes que, embora tenham contribuído substancialmente para a formação da “comunidade imaginada” chamada Brasil, não obtiveram até hoje tratamento igualitário no que se refere aos direitos humanos e à cidadania. Trata-se de um projeto que busca promover a leitura, motivando os alunos a despertar o gosto pelos livros, uma vez que quem adquire o hábito de ler pode ampliar seus conhecimentos. No entanto, como a leitura em sua fase inicial talvez não seja suficiente para a assimilação de conhecimento, muitas vezes torna-se necessária a utilização de métodos lúdicos e coletivos para despertar o leitor que há na criança. Ademais, no Brasil, o livro não serviu para democratizar o acesso aos bens culturais, conforme observa Jesús Martín-Barbero (1989) que afirma que, na América Latina, esse papel de difusor massivo e democrático coube aos meios audiovisuais. Com base nisso, relacionamos a oralidade africana e a identidade afro-brasileira, a partir dos contos Menina bonita do laço de fita(2004), de Ana Maria Machado, e As tranças de Bintou(2010), de Sylviane A. Diouf, como estratégia de ensino de literatura e os vinculamos ao universo africano, pois verificou-se que os afrodescendentes ainda demonstram dificuldades para assumirem-se como tais e, com isso, manterem sua cultura viva. Em suma, busca-se, neste projeto, aprimorar o desempenho na prática pedagógica por uma leitura mais atraente aos alunos, levando em consideração a oralidade. Para esse estudo, foram consultados autores que exploram o tema e que apontam dinâmicas para trabalhá-lo em sala de aula. Com isso, acredita-se que o presente trabalho poderá contribuir com a prática docente para que favoreça a compreensão dos alunos no que se refere à cultura aqui abordada, já que os negros ainda são vistos por muitos de maneira negativa.

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Publicado

2018-04-17