Um olhar decolonial sobre a Tempestade, de William Shakespeare

Autores

  • Weslaine Wellida Gomes Tríade Cia de Teatro.

Resumo

Nosso ensaio analisa a peça A Tempestade, de William Shakespeare, sob a ótica das experiências históricas, sociais, estéticas e políticas do Sul, defendendo a possibilidade de uma leitura decolonial, a partir do diálogo com os autores do chamado grupo Modernidade/Colonialidade, constituído no final dos anos 1990 na América Latina. Os elementos que possibilitam uma abordagem decolonial da peça dizem respeito à noção de colonialidade. No ensaio, abordaremos a colonialidade do poder e do ser, buscando articulá-las com uma leitura da peça que compreende a categoria racial e os saberes produzidos como fator de distinção entre as personagens e que, considerando o contexto shakespereano, pensamos se tratar de uma crítica do autor ao empreendimento colonial europeu e  toda violência decorrida deste processo

Biografia do Autor

Weslaine Wellida Gomes, Tríade Cia de Teatro.

Graduação em Ciências Sociais e mestra em Ciência Política, com pesquisa na área de democracia e políticas públicas de cultura,  ambos pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atriz, formada pelo Teatro Universitário também da UFMG.

Possui experiência no ensino e pesquisa em Ciências Sociais e no desenvolvimento de projetos sociais e artístico-culturais, na área de gestão e política cultural. Atua profissionalmente também como atriz, tendo integrado o elenco de diferentes espetáculos em Minas Gerais. Atualmente seus interesses voltam-se para a pesquisa e atuação nas áreas de teorias da democracia, estudos culturais e política, diversidade cultural, políticas públicas de cultura, mecanismos de financiamento para o setor, arte, política e teatro.

Referências

CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Postcoloniality for dummies: Latin American perspectives on modernity, coloniality, and the geopolitics of knowledge. In: MORAÑA, Mabel; DUSSEL, Henrique e JÁUEGUI, Enrique (editores). Coloniality at large – Latin America and the postcolonial debate. Duke University, 2008.

MIGNOLO, Walter. The geopolitics of knowledge and the colonial difference. In: MORAÑA, Mabel; DUSSEL, Henrique e JÁUEGUI, Enrique (editores). Coloniality at large – Latin America and the postcolonial debate. Duke University. 2008a.

MIGNOLO, Walter. DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA: A OPÇÃO DESCOLONIAL E O SIGNIFICADO DE IDENTIDADE EM POLÍTICA En: Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, no 34, p. 287-324, 2008b.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005a. p. 227-278

QUIJANO, Aníbal. EL 'MOVIMIENTO INDÍGENA' Y LAS CUESTIONES PENDIENTES EN AMERICA LATINA. In: Revista Tareas, nº 119, Enero-abril. CELA, Centro de Estudios Latinoamericanos, Justo Arosemena, Panamá, R. de Panamá, 2005b, p. 31-62.

SANTOS, Boaventura. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: Santos e Meneses (orgs) Epistemologias do Sul. Editora Cortez, 2010.

SHAKESPEARE, William. A Tempestade. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1982.

WALSH, Catherine. ¿Son posibles unas ciencias sociales/ culturales otras? Reflexiones en torno a las epistemologías decoloniales. Nómadas, nº 26, 2007, p. 102-113.

WALSH, Catherine. Political epistemic insurgency social movements and the refounding of the state. In: MORAÑA, Mabel and GUSTAFSON, Bret. (Editores). Rethinking Intellectuals in Latin America, Iberoamericana, 2010, p 199-211.

WALSH, Catherine. Introducción: (re) pensamiento crítico y (de) colonialidad. In: WALSH, Catherine (edt), Pensamiento Crítico y matríz (de) colonial. Universidad Andina Simón Bolívar, Editorial Abya-Yala, Quito, 2005.

Downloads

Publicado

2018-01-23