No. 19 (2016): Ed. N 19 - Novembro de 2016
Para lançar a edição online de 2016 desviamos um pouco do tempo, nos tardamos neste intervalo retido em um ciclo de meses, sobre isso, caros leitores, nos desculpamos. Mas saibam que foi necessário desacelerar. Foi preciso repensar anos de processo e repensar nosso volume de memórias. Para compreender o que é ser e comunicar-se como revista.
Quais as linguagens, os formatos que nos costuram como um espaço para a cultura, desde a América Latina, desde nosso ponto de vista fronteiriço. Desacelerar foi necessário para reorganizar. Buscamos novos meios de publicação e de compartilhamento do nosso acervo de afetos e memórias visuais e dissertativas que estamos planteando desde meados de 2011. Para isso, criamos o site. Nele, você encontra todos os conteúdos, edições anteriores, notícias compartilhadas, nuestros ejes temáticos e como publicar com nosotros. É só adentrar e ver! Seguimos no formato das edições online, mas agora a compilação de matérias se dá conforme a circuncisão do tempo; a cada bloco de publicações disponibilizadas ordinariamente no site, fechamos nossa edição online, cuja linha editorial é o tempo e o contexto histórico de cada conteúdo. Não se trata de juntar temas aleatórios, mas de observar como os contextos e os fluxos das informações nos aproximam e firmam um diálogo entre autores, formando uma narrativa diversa, mas convergente. E, nesta edição de número 19, notamos que a cultura e as suas interfaces foram o ponto central das matérias. Como o texto que trouxe para a luz desta discussão a perspectiva da fronteira; outro que abordou a cultura e a construção de identidades no âmbito de uma universidade; também a cultura como campo de atuação e a necessidade das trocas de experiências, como é o texto que relata o caso da rede da BP3. Temos, ainda, o artigo sobre a cultura como luta por las calles do México ou ainda como forma e olhar residual sobre um universo à margem, como veremos no texto sobre o documentário “Catadoras”.
E, por fim, a cultura como instrumento, como som e ritmo nos tambores de Alabê Ôni. Todos esses temas estão aqui, nestas páginas que seguem. E significam que, como revista, estamos além das páginas; somos memórias, somos afetos. É por isso que concluímos este editorial fazendo uma pausa para eternizar nossos sentimentos por ter compartilhado um trecho de vida e do fazer da revista e os ideais de América Latina com o Danto, o Vicente Giardina, companheiro de equipe que neste ano partiu, mas que deixa em nós um largo sorriso e uma profunda saudade.
FOLHA
Caminhou no Rio como um homem destemido
altivo e determinado
percorreu seu caminho
Desaguado em sonho e sem medo
Pó tripulante de um barco sem sentido
Jogou-se ao infinito
Vai a folha...
Ficam em nós seus sonhos,
seu sorriso e grata simpatia dos grandes
Danto presente, agora e sempre!