Despatriarcalização do bem-viver

caminhos a partir dos movimentos feministas contra-hegemônicos na Bolívia

Autores

  • Mariana Rocha Malheiros

Resumo

O presente artigo se propõe a investigar parte da concepção de despatriarcalização da categoria “Bem-Viver” protagonizada pelos movimentos feministas na Bolívia. Primeiramente questiona-se a necessidade de despatriarcalizar esta alternativa, tendo em vista que não se trata de uma produção ocidental, mas de cosmovisões que vêm dos povos indígenas e afrolatinos, trazendo um diálogo entre produções que abordam o Bem-Viver como alternativa ao modelo de desenvolvimento ocidental e o Feminismo Decolonial, vinculado aos movimentos feministas contra-hegemônicos, especialmente indígenas, afrolatinos e afrocaribenhos. Na segunda parte, apresentam-se os elementos que os movimentos feministas contra-hegemônicos na Bolívia organizaram a partir do Plano Nacional para a Igualdade de Oportunidades “Mujeres Construyendo la Nueva Bolivia para Vivir Bien” (PNIOM), analisando, também pelo viés do Feminismo Decolonial, o posicionamento das mulheres para despatriarcalizar o Bem-Viver. Dentro de metodologia qualitativa, através de revisão bibliográfica e análise documental, conclui-se que os Bem-Viveres, em suas diversas formas, precisam ser formados pela metade dos povos, as mulheres, tanto nas cosmovisões, como nas epistemologias e nas práxis de transformação, especialmente para o enfrentamento aos epistemicídios e violências que negam a existência dos (as) outros (as). 

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Publicado

2023-01-25