n. 21 (2017): Ed. N 21 - Setembro de 2017
Cada nova edição da Peabiru é materializada através da construção de uma teia narrativa que nasce da colaboração de autorias diversas e de uma linguagem hibridamente composta. Assim, mais um novo número editorial é tecido por muitos olhares e reete um mosaico de interpretações e modos de dizer a cultura latino-americana. Desse entrelaçamento surge a narrativa que acolhe os textos, as imagens e as ilustrações que fazem convergir o pensamento coletivo e criativo em sua variedade. Assim, pauta-se o nosso sentido de cultura latino-americana desde muitos lugares de fala e de lugares também geográcos, além de lugares sociais que fazem menção ao território como espaço e como simbólico. Por isso que a Peabiru, mais que uma revista, é uma experiência que busca abordar o máximo de leituras de mundo que suas páginas possam comportar. E, para dar visibilidade a essa narrativa composta por múltiplas vozes, nenhuma edição tem um tema previamente denido. O norte temático surge da manifestação coletiva captada pela curadoria. Os trabalhos recebidos são articulados pela sensibilidade que emana do contexto, os pontos em comum entre conteúdos diversos são visíveis, e a temática em cada edição é materializada pela ação colaborativa. Neste número, a resistência ecoa em cada uma das páginas, ora nos traços, ora nas palavras. Resistir parece ser o único eixo e a possibilidade para muitas existências, seja a de um corpo, ou a de uma instituição, e de tudo aquilo que se faz contrário à norma, à hegemonia do status operante de um sistema social desigual. Em épocas de ataques que visam manter e ampliar os grandes privilégios de pequenos grupos portadores das oportunidades do capital, faz-se necessário, em qualquer muro, plateia ou página, ecoar que resistimos, como latinoamericanos e como criadores de nossa própria história. Por isso que dialogam aqui os textos e as imagens sobre o corpo dissidente, a andar na contramão da padronização imposta nas ruas, nos outdoors, nas estampas das revistas. Temos também a comunidade universitária que se organiza e resiste frente ao desmonte das instituições de ensino superior. Um desmonte que vai além da estrutura e ataca a nalidade institucional, o seu norte pedagógico. E, no caso da UNILA, a cultura é central nessa luta, é o campo que está em disputa. Outros textos trarão, ainda, abordagens sobre a cultura que resiste, por meio da troca de saberes, da culinária e da tradição que se propaga. Ou, ainda, através das mulheres do campo em marcha por direitos. Siga essas histórias e caminhe ao lado de nossos muitos olhares que apontam para um único lugar: a resistência!
Publicado:
2020-07-14