Geografias afetivas, corpos fronteriços: (in)mobilidades em La jaula de oro

Autores

  • Mayara Alexandre Costa Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

O presente trabalho se propõe a analisar o filme La jaula de Oro (2013) do diretor Diego Quemada–Díez. A partir de uma estética que abandona o realismo tradicional e investe no realismo afetivo, o filme nos mostra a trajetória dos jovens Sara, Juan, Samuel e Chauk, índio de etnia tzotzil, que partem de bairros e comunidades marginalizadas da Guatemala rumo aos Estados Unidos em busca de outras experiências e perspectivas. Neste artigo iremos discutir o processo de deslocamento empreendido pelos personagens que, ao atravessar diversas paisagens rurais e bairros periféricos entre a Guatemala e a fronteira do México com os EUA, visibilizam as geografias da raiva e do medo que compõem a cartografia das regiões “perdedoras” da contemporaneidade. Para além da análise dos espaços atravessados pelos personagens, iremos nos deter no modo como o filme expõe as tensões entre corpos e territórios. O objetivo é refletir, a partir do que o filme coloca, de que modo mulheres, imigrantes e sujeitos racializados tentam resistir aos processos de exclusão de que são objeto e como tentam atravessar imaginários identitários que fazem com que seus corpos estejam expostos a diferentes tipos de violência.

Downloads

Publicado

2017-08-19

Edição

Seção

Dossiê