Território extinto: Análise dos discursos e práticas Guarani sobre as terras tragadas por Itaipu Binacional
Abstract
No dia 13 de outubro de 1982 as comportas da hidrelétrica de Itaipu Binacional foram fechadas. Esse ato não acabou apenas com o maior salto por volume d’água no mundo, conhecido como Sete Quedas, mas também com o território Guarani nas margens do Rio Paraná ou o Paraná Rembeipe, cujas terras eram as que restavam aos Guarani após o processo violento de colonização e, segundo Bonomo, esse seria o território de origem dessa população. Concomitante a construção e instalação da referida obra identificamos dois momentos distintos: o sarambi ou esparramo, durante a construção do lago; posteriormente iniciam processo de reagrupamento e reorganização das relações sociopolíticas. Nesse artigo analisaremos o percurso de resistência Guarani para recuperar o território extinto há 35 anos. A partir da análise do discurso oral e da documentação histórica pretendemos compreender o processo discursivo em torno de um território inexistente, pelo qual emerge a necessidade de acionar a memória para promover ações em torno da conquista de outros espaços.
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