As ecologias de Ngoma
a vida multiespécie do Candombe do Açude
Resumen
Nos mundos afrodiaspóricos da Américas, os tambores, seus sons e formas produzem e refazem alianças entre humanos e mais que humanos. Os povos de origem banto que aqui chegaram, vieram acompanhados de seus ngomas, seus tambores ancestrais. Feitos de elementos vegetais, animais e minerais, os tambores expressam uma vida multiespécie produtora de relações que constituem o que chamamos aqui de ecologias de ngoma. Neste texto, buscamos pensar e apresentar o candombe do Quilombo do Açude (MG) enquanto expressão de uma ecologia afrodiaspórica. Os tambus, versos, danças e seres que participam do candombe conformam formas próprias de aquilombamento, em que a alegria e a festa tornam-se táticas contracoloniais de liberdade. As ecologias de ngoma do candombe testemunham a diversidade das formas afrodiaspóricas de habitar a Terra e fazer mundos frente ao poder e a ordem coloniais.
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