Por que não há teoria feminista negra nas Relações Internacionais?
Resumo
Em contexto político e social comandado pela branquitude e seu pacto narcísico que protege e elege homens brancos como bastiões do saber, é cada vez mais limitado – quanto não completamente negado – o espaço de mulheres negras nas relações sociais. A exclusão de mulheres negras nas relações sociais como um todo é histórica e constante. Refletindo esse processo de negação de humanidade e subjetividade, mulheres negras são repetidamente excluídas da produção de conhecimento, do acesso à universidade, da capacidade de ser e estar no mundo enquanto sujeitas do próprio conhecimento, enquanto sujeitas cognoscentes. No que tange às Relações Internacionais esse cenário não é diferente, e ainda mais opressor devido às dinâmicas elitistas que o próprio curso, programas, departamentos, imprimem em seus estudantes. Nesse cenário, este artigo chama atenção para as particularidades da mulher negra enquanto sujeita do próprio saber e história, trazendo o feminismo negro como teoria política que possibilita a análise de epistemicídios construídos a partir da negação de conhecimentos afrodiaspóricos e silenciamento de mulheres negras na esfera acadêmica. Dessa forma, o objetivo, além de ampliar o debate nas produções acadêmicas em RI, é debater a necessidade de articulação epistemológica das categorias de gênero e raça na disciplina. Entendendo o pessoal como político e, portanto, internacional, é necessário compreender como mulheres negras estão colocadas nesse internacional, teorizado a partir de abordagens brancas e/ou masculinas.
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