Panorama histórico da relação entre Filosofia e Química

Autores

  • Marcos Antonio Pinto Ribeiro Professor da Univesidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB/Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.30705/eqpv.v1i2.977

Resumo

Química e filosofia tiveram pouco diálogo durante o século XX.  Esse trabalho investiga e organiza as principais relações entre estes dois campos de saber. Após a leitura de artigos da revista HYLE e FOUDATIONS OF CHEMISTRY, bem como de alguns filósofos da química centrais nessa temática, como o trabalho de Van Brakel, organizamos nosso panorama nos seguintes tópicos. Van Brakel defende uma pré-história da filosofia da química: de 1789 a 1990, marcado principalmente pela influência do legado de Kant e sua reavaliação no opus póstumos, Kant considerava a Química como uma arte sistemática, sem juízos a priori.  O anti-atomismo, principalmente de Ostwald e Dhuem também foi um capítulo dessa relação; no século XX Paul Dirac, especula sobre a possibilidade de completa redução da química à Fisica o que a destitui de problemas filosóficos genuínos; a química esteve presente na filosofia do emergentismo, no materialismo dialético e na tradição francesa. O século XX é caracterizado por Van Brakel por uma filosofia da química sem filósofos, ou seja, existem publicações assistemáticas de químicos com interesse em filosofia, por exemplo, Panet. A química começa a entrar na filosofia da ciência nos anos 60, principalmente com Tomas Khun; na década de 1990 é o nascimento da disciplina filosofia da química, um dos campos de maior crescimento na atualidade. No final, fazemos uma inferência desse debate para a Educação Química.

Biografia do Autor

Marcos Antonio Pinto Ribeiro, Professor da Univesidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB/Brasil)

Possuo graduação em Química Bacharelado pela Universidade Federal da Bahia (1996) e mestrado em Ensino, Filosofia e História das Ciências pela Universidade Federal da Bahia (2003) e doutorado na Universidade de Lisboa. Colaboro na Universidade do Porto e sou professor Adjunto da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Trabalho principalmente na área de Filosofia, química e currículo, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia da química, educação química, didática química, linguagem química e currículo.

Referências

BACHELARD, G. O materialismo racional. Editora 70. Rio de Janeiro, 1990.

BACHELARD, G. O pluralismo coerente da química moderna. Contraponto. 2009.

BENSAUDE-VINCENT, B. The chemists’ style of thinking. Ber.wissenschaftsgesch. 32, 365–378, 2009.

BROAD, C. D.The Mind and Its Place in Nature. Routledge & Kegan, Londres, 1925.

CALDIN, E. F. The structure of Chemistry in relation to the philosophy of science. London–new york: sheed& wards, 1961.

CALDIN, E. F. Theories and the development of Chemistry. The british journal for the philosophy of science, Vol.10, pp. 209–222, 1959..

DIRAC, P. A. M. Quantum mechanics of many-electron systems. Proceedings of the royal society of London, V.123, pp. 714-33, 1929.

ENGELS, F.A dialética da natureza. Rio de Janeiro, Paz & Terra, 1976.

GAVROGLU, K. &Simões, A. From Physical Chemistry to Quantum Chemistry: How Chemists Dealt with Mathematics. HYLE – International Journal for Philosophy of Chemistry, Vol. 18, n. 1, pp.45-68, 2012.

KEDROV, B. M. Dalton’s Atomic Theory and Its Philosophical Significance. Philosophy and Phenomenological Research, Vol. 9, pp. 644–662. Traduzido de Bull. Acad. Sci. Hist. Phil. Series 4(6): 487–504, 1947, 1949.

KUHN, Thomas. The structure of scientific revolutions. 3rd ed. Chicago: the university of chicago press.1962/1996

MCINTYRE, L. The Philosophy of Chemistry: Ten Years Later. Synthese, Vol. 155, n.3, pp.291 - 292.2007.

MITTASCH, A. Von der chemiezurphilosophie. Ulm: ebner. 1948

PANETH, F. A. The epistemological status of the concept of element. British journal for the philosophy of science, Vol. 13, n.1, pp. 144–60.1962

PAULING, L. The Place of Chemistry in the Integration of the Sciences. Main Currents, Vol. 7, pp.108–11.1950

POLANYI, M. Personal Knowledge: Towards a Post-Critical Philosophy. The University of Chicago Press, Chicago, IL,1958.

PRIMAS, H. Chemistry, quantummechanics and reductionism: perspectives. In: theoretical chemistry. Berlin–heidelberg–New York: springer.1981

RAMSEY, J. L. Molecular Shape, Reduction, Explanation and Approximate Concepts. Synthese, Vol.111, pp.233-251,1997.

REICHENBACH, H. Experience and prediction: An analysis for the Foundations and the structure of knowledge. Chicago. University of Chicago,1938.

RIBEIRO, M. A. P. & COSTA PEREIRA, D. (2012). Constitutive Pluralism of Chemistry: thought planning, curriculum, epistemological and didactic orientations. Science &Education, online, first, 7 January.

RIBEIRO, M.A.P. Integração da filosofia da química no currículo de formação inicial de professores de química. Contribuição para uma filosofia do ensino de química. Tese de doutorado. Universidade de Lisboa. 2014.

RUTHENBERG, K. Philosophing chemistry. In: ISPC -International Society for the Philosophy of Chemistry - Summer symposium 2012, 07-10/08/2012. Leuven, Bélgica, 2012.

SCERRI, E & McIntyre, L. The Case for Philosophy of Chemistry. Synthese, Vol. 111, pp. 213-232, 1997.

SCERRI, E. On the nature of Chemistry. Educación quimica, Vol. 10, n.2, pp. 74–78, 1999.

SCHUMMER, J. The chemical core of Chemistry: A conceptual approach. Hyle, International Journal for Philosophy of Chemistry, Vol. 4, n.1, pp.129–162, 1998.

SCHUMMER, J. The philosophy of Chemistry: From infancy towards maturity. In: Davis Baird, Eric Scerri & Lee Macintyre (eds.). Philosophy of Chemistry: Synthesis of a new discipline (boston studies in the philosophy of science, vol. 242),dordrecht: springer, pp. 19-39, 2006.

VAN BRAKEL, J. & VERMEEREN, H.P.On the philosophy of Chemistry. Philos. Res. Arch, Vol.7, pp.501–552, 1981.

VAN BRAKEL, J. Chemistry as the science of the transformation of substances. Synthese, Vol.111, n.3, pp.253–282, 1997.

VAN BRAKEL, J. On Pré-history of philosophy of Chemistry. in: ISPC- International Society for the Philosophy of Chemistry - Summer symposium, 2012, 07-10/08/2012. Leuven, Bélgica, 2012.

VAN BRAKEL, J. On the neglect of the philosophy of Chemistry. Foundations of Chemistry, Vol.1, pp.111–174, 1999.

VAN BRAKEL, J. Philosophy of Chemistry. Between the manifest and the scientific image.Leuven: Leuven University Press, 2000.

WOOLLEY, R.G. Must a molecule have a shape? Journal of the american chemical society, 100:1073–1078, 1978.

Downloads

Publicado

30.12.2017

Como Citar

Ribeiro, M. A. P. (2017). Panorama histórico da relação entre Filosofia e Química. Educação Química n unto e ista, 1(2). https://doi.org/10.30705/eqpv.v1i2.977

Edição

Seção

Pesquisa en Punto de Vista