Experiências de leitura compartilhada como prática de liberdade cultural em territórios populares
Resumo
Entendendo leitura e a escrita como direitos humanos essenciais para a conscientização e o fortalecimento dos sujeitos, o presente texto pretende trazer experiências de leitura compartilhada dos Clubes de Leitura desenvolvidos em territórios populares, as bibliotecas comunitárias do Centro de Integração de Redes Sociais e Culturas Locais - Cirandar. Um projeto de leitura destinado a adolescentes empobrecidos de territórios populares em Porto Alegre. Estudiosos como Freire (1989), Petit (2009, 2013), Colomer (2005) nos ajudam a confirmar o papel preponderante da leitura e da escrita na formação social e política desse público. As iniciativas dos Clubes de Leitura, desenvolvidas nas bibliotecas comunitárias, espaços de educação popular, a partir dos princípios de Paulo Freire, contribuem para a emancipação dos sujeitos que atravessam suas portas, não somente porque concedem o acesso ao saber, mas porque permitem a apropriação de bens culturais que auxiliam na construção de si mesmos e na abertura para o outro. Dessa forma, a leitura da literatura considerada uma prática de liberdade cultural, promovida em espaços populares e atendendo os que são deixados às margens da sociedade, é compreendida não como forma de resolver todos os problemas, mas como forma de fortalecimento para enfrentar a luta pelos seus direitos.