Os brutos também amam? "Amores Perros" e o cinema mexicano contemporâneo

Autores

  • Wellington Fioruci UTFPR

Palavras-chave:

Cinema mexicano; fragmentação; violência; marginalização social; morte.

Resumo

Tanto o tema da violência quanto o da marginalização e suas implicações sociais são recorrentes no cinema latino-americano, os quais são abordados a partir de perspectivas diversas, não raro criativas e mesmo subversivas. Este artigo tem como objetivo analisar o filme mexicano Amores Perros (2000), dirigido por Alejandro González Iñárritu e roteirizado por Guillermo Arriaga, ambos pertencentes ao movimento de renovação do cinema mexicano contemporâneo. Para a análise em questão foram utilizadas sobretudo fontes tanto críticas quanto teóricas relativas aos estudos de cinema. Primeiramente, o longa-metragem é contextualizado na produção cinematográfica do México e, na sequência, analisado a partir de sua construção fragmentária e sua relação com os temas da violência, da marginalização social e da morte. A estrutura fragmentada do filme, dividido em três segmentos narrativos, apresenta a realidade de diferentes personagens que se conectam por meio do acaso, um acidente automobilístico. A partir deste acidente, o espectador acompanha a trajetória dos três núcleos diegéticos e o confronto destes com as consequências deste acidente e seus próprios dilemas. Além do argumento muito bem construído, cujo roteiro revela metáforas significativas, destacam-se a montagem, a fotografia e o movimentos de câmera por parte da equipe realizadora. 

 

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Publicado

2022-04-27

Como Citar

Fioruci, W. (2022). Os brutos também amam? "Amores Perros" e o cinema mexicano contemporâneo. Frontería evista o rograma e Pós-Graduação m iteratura omparada, 2(2), 38–55. ecuperado de https://revistas.unila.edu.br/litcomparada/article/view/3014

Edição

Seção

Formas e efeitos da violência na literatura e no cinema latino-americano