Viver Cuidar Esperar: um experimento de escrita etnográfica sobre cuidado, gênero e geração

Autores

  • Juliane Bazzo Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Palavras-chave:

Cuidado, Gênero, Geração, Etnografia flash, Autoetnografia, Antropologia e literatura

Resumo

Este artigo experimenta um gênero de escrita, a etnografia flash, para apresentar a história de uma mulher que, acometida por uma rara doença, assiste a uma súbita perda dos movimentos corporais. A enfermidade de Esperança, como a chamo ficticiamente, desarranja uma rede de cuidados por ela capitaneada durante muitos anos, na qual se movimentava entre diferentes gerações. O comprometimento fisiológico dessa mulher-elo acarreta uma série de negociações familiares que conduzem a uma reflexão acerca do apagamento da imprescindível esfera da reprodução no sistema capitalista. A etnografia flash, como a definem Nomi Stone e Carole McGranahan, constitui um caminho de escrita etnográfica que prescinde da existência de um projeto de pesquisa mais amplo. O gênero textual envolve relatos comprimidos e fechados por si mesmos, porém, igualmente frutos de um encontro intersubjetivo vivaz com a alteridade. Nessa esteira, o manuscrito que apresento achega-se à forma de um conto, inspirado também pela autoetnografia, que enxerga na discursividade literária um meio legítimo de narração quando pesquisadora e pesquisada coincidem. Em meu caso, não há essa correspondência, mas sim um grau de proximidade com os fatos que mobilizam a história. 

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Publicado

2022-08-12

Como Citar

Bazzo, J. (2022). Viver Cuidar Esperar: um experimento de escrita etnográfica sobre cuidado, gênero e geração . Frontería - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Literatura Comparada, 3(1), 74–96. Recuperado de https://revistas.unila.edu.br/litcomparada/article/view/3491

Edição

Seção

Escritas fronteiriças: conexões culturais às margens da literatura