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História e Ensino da História Indígena
v. 5 n. 5 (2025)O presente dossiê acolhe propostas que contribuem com a construção da História Indígena ao mesmo tempo que introduzem conteúdos relativos ao ensino da história e culturas indígenas, oferecendo informações para a apropriação de referenciais conceituais e legais para conhecimento e valorização dessa sociodiversidade. Também acolhemos artigos que contribuem para desconstruir noções equivocadas e preconceituosas sobre os Povos Indígenas, valorizando a multietnicidade e a pluralidade cultural no contexto latino-americano. Abordagens contextualizadas sobre temas históricos e contemporâneos, em temáticas diversas, como luta pelos territórios, construção de autonomia, propostas pedagógicas para educação escolar, meio ambiente, direitos indígenas etc.
Como abordagem teórica, o dossiê está ancorado nos estudos sobre o tema, no que concerne uma apropriação entre a Antropologia, a História e os Direitos Indígenas. A historiadora Maria Celestino de Almeida (2010) e a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha (2002) concordam que os povos indígenas conquistaram os direitos e a partir dos mesmos, estão empenhados na sua concretização, deixando os “bastidores” para assumir os “palcos”. No entanto parte da sociedade brasileira ainda resiste à possibilidade de ver os povos indígenas como sujeitos de direitos, desejando transformar suas vidas e seus territórios em espaço de produção e consumo capitalista. Nesse sentido, Anibal Quijano (2009) demonstra que a sociedade latino-americana precisa superar a perspectiva da colonialidade, como um padrão mundial de poder capitalista, fundado na imposição de uma classificação racial/étnica da população do mundo.
Do mesmo modo, acolhemos artigos com temáticas que se opõem à perspectiva do Epistemicídio, e que abordam as práticas próprias de pensar a vida e de estar no mundo dos povos originários.
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Resistências indígenas no ano em que o mundo parou, 2020
v. 3 n. 3 (2023)O presente dossiê "Resistências indígenas no ano em que o mundo parou, 2020", reuniu artigos com informações, análises e reflexões sobre como diferentes povos indígenas se organizaram para resistir à violência organizada contra suas comunidades na América Latina, a partir das ações dos governos e Estados, e, no caso do Brasil, das ações do governo federal, com sua política explicitamente anti-indígena. O recorte temporal do ano de 2020 deve-se a forte disseminação do Coronavírus nas comunidades indígenas, ingressado via trabalhadores indígenas em indústrias do agro, via equipes de Saúde Indígena, via equipes do exército e através de invasores das terras indígenas, em especial garimpeiros. Os povos indígenas foram abandonados pelo governo, já que as únicas ações concretas de proteção, defesa e assistência como a Lei Ordinária nº 11.021/2020 e a ADPF nº 709, foram cumpridas parcialmente e algumas medidas simplesmente foram ignoradas, como a remoção dos garimpeiros de terras indígenas.


