Formas labirínticas tecidas pelo fio de Ariadne

Autores

  • Danielle Ferreira Costa UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Palavras-chave:

Literatura hispano-americana, Ditadura argentina, Memória; Identidade

Resumo

Esta análise crítica pretende dar visibilidade à narrativas engajadas politicamente em dar voz aos que acabaram por se afogarem no vórtice de violência provocado por um Estado autoritário: a ditadura civil-militar que se apoderou da República Argentina a partir de 24 de março de 1976. Nesse perspectiva, ganha destaque no corpus deste estudo: as narrativas A casa de Adela e A Hospedaria, ambas pertencentes ao livro Las cosas que perdimos en el fuego (2016), de Mariana Enriquez. Tais narrativas assemelham-se por assumirem um mesmo papel político de impedir que as tensões do presente, fruto desse passado traumático, dissolvam-se na banalidade da violência contemporânea. Portanto, serão abordadas por meio de uma reflexão crítica e apurada, na qual memória, corpo e linguagem se atravessam no tempo presente, revelando novas partículas que carregam a mesma intenção de produzir kátharsis da memória latino-americana dos “anos de chumbo”, tida como um dos nervos da identidade latina, discutida como um problema político latente que ainda pode ser (re)vivido. Para tanto, serão utilizadas as categorias do pensamento como de trauma, de Aleida Assmann, Paisagem, de Michel Collot, Memória, de Paul Ricoeur, de Lembrança, de Beatriz Sarlo, de Identidade em Política, de Walter Mignolo. 

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Publicado

2022-04-27

Como Citar

Ferreira Costa, D. (2022). Formas labirínticas tecidas pelo fio de Ariadne. Frontería evista o rograma e Pós-Graduação m iteratura omparada, 2(2), 56–77. ecuperado de https://revistas.unila.edu.br/litcomparada/article/view/2950

Edição

Seção

Formas e efeitos da violência na literatura e no cinema latino-americano