Overclock paraguayo
a cibernética de Wilson Bueno em Mar Paraguayo
Palabras clave:
Mar Paraguayo, Cibernética, Wilson Bueno, Literatura Brasileira ContemporâneaResumen
O artigo propõe uma leitura de Mar Paraguayo (1992), de Wilson Bueno, com base em pressupostos teóricos da cibernética. Para tanto, primeiramente são destrinchados alguns dos conceitos fundamentais dessa área, com base nas contribuições de Norbert Wiener ([1954]) e Gregory Bateson (2019). Em seguida, estabelecem-se possíveis interfaces com a literatura, especialmente por meio das propostas críticas de Haroldo de Campos (2006a) e do conceito de temperatura informacional do texto estético. Com esse embasamento, analisa-se de que forma o portuñarí literário empregado na obra funciona como um circuito de retroalimentação interligado a quatro sistemas linguísticos – português, espanhol, portunhol e guarani. Esse circuito, conforme se demonstra, opera de acordo com uma configuração específica, de modo a gerar informações estéticas e, assim, barrar a entropia crescente. Por fim, o estudo concentra-se em um trecho específico do texto, em que ocorre um overclock do processo de retroalimentação, que se torna positivo, por conta da adição de imagens poéticas atrelada aos desejos que a narradora – isto é, a autointitulada marafona del balneário – cultiva pelo velho que a sustentou durante anos e por um rapaz que observa nas praias de Guaratuba, onde vive. Todavia, a aceleração dos processos de retroalimentação representa um risco, porque é capaz de acarretar o colapso do texto por um superaquecimento informacional.
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