Submissões prorrogadas!

2020-12-18

Literatura Latino-americana nos Estados Unidos

Organizadoras:

Leila Vieira (The Ohio State University)

Lívia Santos de Souza (Universidade Federal da Integração Latino Americana)

 

Embora ainda seja tratada como minoria nos Estados Unidos, a população de origem latina tem crescido significativamente nas últimas décadas. Estima-se que este, que já é o maior grupo minoritário em território estadunidense, represente em 2030 mais de um terço da população total do país. Falar em latinxs nos EUA, portanto, é se referir a uma população não apenas numericamente considerável, mas também profundamente diversa, responsável por uma considerável produção cultural que circula não apenas nos Estados Unidos mas também na América Latina e no resto do mundo. 

Merece destaque, nesse sentido, a produção literária da comunidade latina nos EUA. Trata-se de um conjunto bastante significativo e diversificado de obras, marcadas por uma imensa variedade de gêneros e estilos, que lida com a experiência da migração e da multiplicidade identitária de forma igualmente diversa. Suas origens remontam ao século XIX, mas é apenas a partir da segunda metade do século XX que obras identificadas principalmente com as comunidades Chicana, Porto-riquenha e Cubana ganharam maior visibilidade e se tornaram objeto de estudo acadêmico. Esse cenário tem se fortalecido e nas últimas décadas a produção literária de outros grupos tem ganhado espaço, como é o caso das comunidades sul e centro-americanas e dominicana. Pensar essa literatura, portanto, é considerar comunidades “physically situated within the United States but cognitively situated as a transnational multiplicity of cultural and linguistic practices (GONZÁLEZ, 2016)”.

Dessa forma, a pluralidade e o trânsito linguístico representam elementos fundamentais para a compreensão da literatura latina nos EUA. Entre escritores latinxs é possível identificar autores que produziram toda a sua obra em suas línguas nativas, outros que adotaram o inglês como língua literária, e ainda um significativo grupo que escreve em formas hibridizadas entre as duas línguas ou mesmo incorporando elementos de idiomas nativos latino-americanos. Para escritores latinx nos EUA a escolha da língua representa, portanto, não apenas uma questão estética, mas também um movimento identitário com marcados contornos políticos.  

Para além da língua, outros dos pontos de tensão que se pode identificar nas obras literárias de autores latinxs nos Estados Unidos são raça e gênero. As tensões de miscigenação racial entre brancos colonizadores, negros africanos escravizados, e povos indígenas nativos nos países latino americanos são levadas aos EUA, onde encontram-se também com o preconceito racial e étnico contra negros e imigrantes latinxs. A diferença entre a concepção racial nos Estados Unidos e nos países latino americanos faz com que muitos imigrantes que se consideravam brancos em seus países passem a se ver em uma posição minoritária ao tornarem-se imigrantes nos EUA. Em relação ao gênero, encontramos obras escritas por escritores latinx que lidam com gênero e sexualidade, abordando temas como estereótipos de gênero, opressão patriarcal, a experiência da mulher e de populações queer minoritárias, a partir de perspectivas bastante distintas das adotadas por autores anglo-americanos. São inegáveis as contribuições teóricas tanto para o feminismo quanto para o debate racial aportadas por autores latino-americanos nos EUA. 

Convidamos pesquisadores interessados no tema a submeter trabalhos que tenham como objeto obras de autores latinxs nos Estados Unidos. A proposta está aberta a artigos escritos em português, espanhol ou inglês e tampouco se exige uma abordagem teórica específica, textos com variados recortes teórico-metodológicos são bem-vindos.  

 

 

 

Literatura Latinoamericana en los Estados Unidos

Organizadoras:

Leila Vieira (The Ohio State University)

Lívia Santos de Souza (Universidade Federal da Integração Latino-Americana)

 

Aunque todavía sea tratada como minoría en los Estados Unidos, la población de origen latina viene creciendo significativamente en las últimas décadas. Se estima que este, que ya es el grupo minoritario más grande en el territorio estadunidense, represente en 2030 más de un tercio de la población total del país. Hablar en latinxs en los EE. UU., por lo tanto, es referirse a una población no apenas numéricamente considerable, pero también profundamente diversa, responsable por una considerable producción cultural que circula no solamente en los Estados Unidos sino también en la América Latina y en el resto del mundo. 

Merece destaque, en ese sentido, la producción literaria de la comunidad latina en los EUA. Estamos hablando de un conjunto bastante significativo y diversificado de obras, marcadas por una inmensa variedad de géneros y estilos, que lidia con la experiencia de la migración y de la multiplicidad identitaria de forma igualmente diversa. Sus orígenes remontan al siglo XIX, pero es solamente a partir de la segunda mitad del siglo XX que obras identificadas principalmente con las comunidades chicana, puertorriqueña y cubana ganaron más visibilidad y se volvieron objeto de estudio académico. Ese escenario se ha vuelto más fuerte y en las últimas décadas la producción literaria de otros grupos ganó espacio, como es el caso de las comunidades sur y centroamericanas y dominicana. Pensar a esa literatura, por lo tanto, es considerar comunidades “physically situated within the United States but cognitively situated as la transnational multiplicity of cultural and linguistic practices (GONZÁLEZ, 2016)”.

Así, la pluralidad y el tránsito lingüístico representan elementos fundamentales para la comprensión de la literatura latina en los EE. UU. Entre escritores latinxs es posible identificar autores que escribieron toda su obra en sus lenguas nativas, otros que adoptaron el inglés como lengua literaria, y todavía un significativo grupo que escribe en formas hibridizadas entre las dos lenguas o aun incorporando elementos de idiomas nativos latinoamericanos. Para escritores latinx en los EE. UU. la elección de la lengua representa, por lo tanto, no apenas una cuestión estética, sino también un movimiento identitario con marcados contornos políticos.  

Más allá de la lengua, otros de los puntos de tensión que se puede identificar en las obras literarias de autores latinxs en los Estados Unidos son raza y género. Las tensiones de la mezcla racial entre blancos colonizadores, negros africanos esclavizados, y pueblos indígenas nativos en los países latinoamericanos son llevadas a los EEUU, donde se encuentran también con el prejuicio racial y étnico contra negros e inmigrantes latinxs. La diferencia entre la concepción racial en los Estados Unidos y en los países latinoamericanos hace con que muchos inmigrantes que consideraban blancos en sus países pasen a verse en una posición minoritaria al volverse inmigrantes en los EEUU. Con relación al género, encontramos obras escritas por latinx que lidian con género y sexualidad, abordando temas como estereotipos de género, opresión patriarcal, la experiencia de la mujer y de poblaciones queer minoritarias, a partir de perspectivas bastante distintas de las adoptadas por autores anglo-americanos. son innegables las contribuciones teóricas tanto para el feminismo cuanto para el debate racial aportadas por autores latinoamericanos en los Estados Unidos. 

Invitamos investigadores interesados en el tema a someter trabajos que tengan como objeto obras de autores latinxs en los Estados Unidos. La propuesta está abierta a artículos escritos en portugués, español o inglés y tampoco se exige un abordaje teórico específico, textos con variados recortes teórico-metodológicos son bienvenidos.

 Fecha límite de submisión: 31/01/2021

 

U.S. Latinx Literature

Leila Vieira (The Ohio State University)

Lívia Santos de Souza (Universidade Federal da Integração Latino Americana)

 

While still considered a minority in the United States, the number of people from Latin American heritage in this country has grown significantly in the past few decades. It is estimated that Latinx peoples are the largest minority in the country, and that by 2030 it will account for a third of the total population of the United States. Therefore, talking about Latinx in the US means referring not only to a numerically large, but also to a very diverse population, which is responsible for a significant part of the cultural production circulating in the United States, Latin America, and the rest of the world.

The literary production of the Latinx community in the United States needs to be highlighted. It encompasses a significant and diverse body of work, with great variety in terms of genres and styles, dealing with the experience of migration, and a multitude of identities. The origins of Latinx literature date back to the 19th century, but it is only in the second half of the 20th century that works from Chicanx, Puerto Rican, and Cuban communities gain more visibility and become an object of study in academia. In the past decades, the literary production of writers from South American and Central American backgrounds has become more well-known. Thinking about this literature means considering communities "physically situated as a transnational multiplicity of cultural and linguistic practices" (González, 2016).

Thus, the linguistic plurality and variation represent fundamental elements to the understanding of Latinx literature in the US. Among Latinx writers, we find authors who have produced all of their work in their native languages, others who adopted English as their literary language, and there is still a significant group who code-switches and translanguages between English, their native languages, and often Latin American indigenous languages. For Latinx writers, the choice of language represents not only an aesthetic issue, but it is a matter of identity--charged with political ramifications. 

Besides language, race and gender are some of the other issues addressed in literary works by Latinx writers in the United States. Tensions regarding miscegenation between White colonizers, enslaved Black folks, and Indigenous Latin American peoples are brought to the US, where writers also find racial and ethnic prejudice against Black and Latinx people. The difference between how racial categories are perceived in the US and in Latin America makes a lot of migrants who thought of themselves as White in their countries find themselves in a minoritized position as they become migrants in the United States. In regards to gender and sexuality, we find works written by Latinx writers dealing with issues such as gender stereotypes, patriarchy and oppression, and the experience of women and queer minoritized populations in ways that are different from the perspective of White American authors. Theoretical contributions to feminism and racial debates by Latin American writers are undeniably important.

We invite scholars interested in this theme to submit articles that have as an object of study works by Latinx writers in the United States. This call for papers accepts submissions in Portuguese, Spanish or English and does not require a specific theoretical approach. Articles with varied theoretical and methodological approaches are welcome.