Os Remédios do Mato e o Modo de Viver no Território Ancestral: Ensinamentos de Troncos Velhos Pitaguary da Aldeia Monguba (Ceará, Brasil)
Palavras-chave:
Povos indigenas, Medicina Tradicional Indígena, Pesquisa Ação, Herança Cultural, Troncos VelhosResumo
O presente artigo apresenta o relato de uma experiência de pesquisa qualitativa e participativa tecida com os troncos velhos Pitaguary da Aldeia Monguba, território indígena localizado na cidade de Pacatuba, no interior do Ceará. A pesquisa buscou contribuir para o reconhecimento e fortalecimento dos saberes e práticas tradicionais de saúde e cura comunitária indígena no território ancestral Pitaguary. Para além da pesquisa em si, a experiência relatada demonstra uma torção contra-colonial às metodologias e onto-epistemologias hegemônicas. Assim, destaca-se a mobilização de processos de co-criação de conhecimento dialogando com realidades de povos indígenas e, consequentemente, implicando na desconstrução de estereótipos e noções preconceituosas sobre suas culturas e histórias. Dito isto, são descritas as metodologias utilizadas na co-construção de sentidos (resultados), tais como círculos de cultura, testemunhos, visitas e diário de campo. Como resultados, por meio de relatos orais, ressalta-se as sabedorias e histórias partilhadas em grupo, centradas nas vozes e narrativas dos troncos velhos Pitaguary, articulando com os conceitos de cosmografia e memória coletiva. Tecemos discussões acerca da relação entre os saberes e práticas tradicionais com os remédios do mato e com o seu(s) modo(s) de viver e resistir no território ancestral. Por fim, pontua-se a importância dos relatos na manutenção das identidades étnicas, culturas e os próprios sistemas de conhecimento, assim operando uma forma de enfrentamento aos processos de negação e invisibilização de realidades contra-coloniais.
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