Métodos e ferramentas digitais na pesquisa em História
Abordagem metodológica na análise do termo pós-abolição nos papers dos Simpósios Nacionais de História da ANPUH (2013 - 2019)
Palavras-chave:
Historiografia, Métodos Digitais, História Digital, ANPUH, Pós-AboliçãoResumo
O presente artigo busca discutir sobre a pesquisa histórica em meios digitais. Para isso, iremos apresentar o caminho metodológico e alguns resultados encontrados no projeto PIBIC/UNILAB “Pós-abolição: usos, sentidos e produções acadêmicas (2004-2019)” e na monografia dele decorrente “Entre o Pós-Abolição e a História Digital: usos e sentidos do termo pós-abolição nos Simpósios Nacionais de História da ANPUH (2013-2019)", onde nos propomos a analisar o uso do termo “pós-abolição” nos Simpósios Nacionais de História da ANPUH. Para isso, usamos uma metodologia combinada entre técnicas digitais e metodologias tradicionais da pesquisa em humanidades. Na primeira etapa, utilizamos o Zotero para a construção de uma biblioteca pública com referências de diversas áreas das Humanidades Digitais. Na segunda etapa, passamos a trabalhar com um data set (base de dados) resultante da raspagem de dados feita por um script em linguagem de programação python, desenvolvido em parceria com o LABHDUFBA. Esse data set é composto pelos arquivos em PDF dos papers publicados nos Anais dos Simpósios Nacionais de História da ANPUH (entre os anos de 1963 a 2019). Em função da criação do GT Nacional Emancipações e Pós-Abolição (Gtep) no ano de 2013, esse data set foi recortado, criando um novo data set contendo apenas os papers dos eventos entre 2013 e 2019, com um total de 6.043 PDFs. Em seguida, construímos a estrutura de análise para a base de dados, catalogamos e analisamos os dados no Atlas.ti 7, um software proprietário de apoio à análise qualitativa de dados. Nessa análise, selecionamos 185 papers nos quais encontramos a ocorrência dos termos “pós-abolição / pós-emancipação / pós-abolicionismo”. Esses papers foram lidos e codificados através de uma árvore de códigos englobando recortes temporais, espaciais, temáticos e analíticos, e códigos para título, autoria, formação e instituição. Concluímos que o termo pós-abolição tem sido utilizado em temáticas bem variadas, com destaque para trabalho, memória e trajetória, que a maioria dos estudos tem como recorte temporal os séculos XIX e XX, e espacialmente as pesquisas, apesar da variedade, estão concentradas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Constatamos que, apesar da utilização do termo, encontramos pouquíssimas reflexões teóricas, esforços de definição ou mesmo delimitação explícita dos sentidos do “pós-abolição” nessas quase duas centenas de papers.
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