Ensino de ciências e cultura negra: estudos sobre a mobilização de saberes docentes
DOI:
https://doi.org/10.30705/eqpv.v1i2.902Abstract
A promulgação da lei 10 639/2003, que torna obrigatória a inserção de conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos da escola básica, é fruto de lutas históricas do Movimento Negro Brasileiro e tem sido um instrumento para o reposicionamento do negro na educação na tentativa da valorização de sua identidade. Neste contexto, visamos apresentar uma discussão sobre os desdobramentos da lei para o ensino de ciências e matemática, trazendo reflexões no sentido de compreender a proposta de implementação da lei, a origem histórica da sociedade brasileira e oportunizando acesso para futuras análises referentes à temática. Trata-se de uma investigação que apresenta elementos de uma pesquisa-ação e se interessa pela mobilização de saberes docentes a respeito da lei 10.639, produzidos pela tríade de professores de ciências e matemática (professor formador, professor em formação inicial e professor do ensino básico em formação continuada)[1].
[1] O presente trabalho é baseado na dissertação de mestrado de Autores, 2014.
References
ANDRÉ, M. C. O ser negro: a construção da subjetividade em afro brasileiros. Brasília: LGE Editora, 2008.
ANJOS, R. S. A. dos. A África, a Educação Brasileira e a Geografia. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=658-vol2antirac-pdf&Itemid=30192> Acessado em: 29/04/2017.
AUTOR (2012).
AUTORES (2008).
AUTORES (2009).
AUTORES (2011).
AUTORES (2012).
BAKHTIN, M. M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
BENTO, M. A. S. Branqueamento e Branquitude no Brasil. Em: IRAY, C.; BENTO, M. A. S. (orgs.) Psicologia social do racismo – estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, p. (25-58)
BOSI, A. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1981. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1992579/mod_resource/content/1/O%20que%20e%20educa%C3%A7%C3%A3o.pdf> Acessado em: 13/04/2017.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencias.pdf> Acessado em: 05/04/2017.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Brasília, 2003. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm> Acessado em: 30/04/2017.
BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília: MEC, 2004. Disponível em:
<http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf> Acessado em: 30/04/2017.
BRASIL. Ministério da Educação/Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/orientacoes_etnicoraciais.pdf> Acessado em: 30/05/2017.
CANEN, A.; MOREIRA, A. F. B. (orgs.). Ênfases e Omissões no currículo. Campinas, SP: Papirus, 2001.
CAVALLEIRO, E. Racismo e antirracismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Summus, 2001.
CAVELLEIRO, E. Discriminação racial e pluralismo nas escolas públicas da cidade de São Paulo. Em: Educação antirracista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001432/143283por.pdf>. Acessado em: 13/04/2017.
COUTINHO, A. C. C. C.; BARREIROS, D. K.; SILVA, G. P. da; STOPPA, G. C.; GONÇALVES, R.; MELO, V. A. de; ARAÚJO, P. C. Raça, Etnia E A Escola: Possibilidades De Implementação Da Lei 10.639/031. Cadernos da Pedagogia Ano 02, Volume 02, Número 04, 2008. Disponível em:
<http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/103/60>. Acessado em: 13/04/2017.
D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
DAMATTA, R. Digressão: a fábula das três raças, ou o problema do racismo à brasileira. Em DaMatta, R. Relativizando. Uma introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro, Rocco, 1987.
DIAS, L. de O. Ação afirmativa: superando desigualdades raciais no Brasil. Em: SILVA, M. da; GOMES, U. J. (Org.). África, Afrodescendência e Educação. Goiânia: UCG, v. 1, p. 1-142, 2006.
DEMO, P. Pesquisa participante: saber pensar e intervir juntos. Brasília: Liber Livro Editora, 2004..
FERNANDES, J. R. O. Ensino de história e diversidade cultural: desafios e possibilidades. Cad. CEDES, Campinas, v. 25, n. 67, 2005.
FRANCISCO JÚNIOR, W. E. Educação antirracista: reflexões e contribuições possíveis do ensino de ciências e de alguns pensadores. Ciência & Educação, v. 14, n. 3, p. 397-416, 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132008000300003> Acessado em: 20/04/2017.
FREIRE, G. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 48ª Edição. São Paulo, Global, 2003.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOMES, N. L. Cultura negra e educação. Revista Brasileira de Educação, 23, 75-85, 2003
GOMES, N. L. Educação Relações Raciais: Refletindo Sobre Algumas Estratégias de Atuação. Em: MUNANGA, K. (org.) Superando o Racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. Disponivel em:
<http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/racismo_escola.pdf> Acessado em: 13/04/2017.
GOMES, N. L. Educação, relações étnico-raciais e a Lei 10.639/03. 2011. Disponível em:
<http://antigo.acordacultura.org.br/artigo-25-08-2011> Acessado em: 20/04/2017.
GOMES, N. L. As práticas pedagógicas com as relações étnicoraciais nas escolas públicas: desafios e perspectivas. Em: GOMES, N. L. (org.) Práticas pedagógicas de trabalho com relações étnicoraciais na escola na perspectiva da Lei nº 10.639/03. 1ª ed. Brasília: MEC; Unesco, 2012. Disponível em: <http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/publicacoes/Etnico%20Racial_educaca-para-todos_36_miolo.pdf> Acessado em: 30/04/2017.
GREGOLIN, M. R. V. A análise do discurso: conceitos e aplicações. Alfa, 39, 0-13, 1995.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:
<http://www.todospelaeducacao.org.br/arquivos/biblioteca/sis_2010.pdf> Acessado em: 30/04/2017.
KI-ZERBO, J. História da África: I Metodologia e pré-história da África. Comitê Científico Internacional da UNESCO. 2ª ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010.
LE BOTERF, G. Pesquisa Participante: Propostas e Reflexões Metodológicas. Em: BRANDÃO, C. R. (Org.). Repensando a Pesquisa Participante. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984.
MOREIRA, A. F. B. Currículo, cultura e formação de professores. Revista Educar, Curitiba, Editora da UFPR, 2001.
MORIM, E. Da necessidade de um pensamento complexo. Em: MARTINS, F. M.; SILVA, J. M. da. (org.) Para navegar no século XXI - Tecnologias do Imaginario e Cibercultura. Editora: SULINA, 1ª edição, 1999.
MUNANGA, K. (org.) Superando o racismo na escola. Em: Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.
NEWMAN, M. E. J. The structure of scientific collaboration networks. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. Vol. 98, Nº 2, 2001.
NOVAIS, G. S.; FILHO, G. R.; MOREIRA, P. F. S. D. Concepções de professores de ciências de ensino fundamental e médio à respeito da lei federal 10639/03. Ensino em Revista, UFU, 2012.
OLIVA, A. Filosofia da ciência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2003.
PEREIRA, A. M. “Quem Não Pode Atalhar, Arrodeia!”: Reflexões Sobre o Desafio da Práxis dos Educadores dos Agentes Da Lei 10.639/03. 30ª Reunião Anual da ANPED. 2007. Disponível em:
<http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt21-3775-int.pdf> Acessado em: 13/04/2017.
PONCE, A. Educação e Luta de Classes. 18. Ed. São Paulo: Cortez, 2001.
ROMANELLI, L. I. O Professor e o Conceito Átomo. Química Nova na Escola, 3, 27-31, 1996.
SANTOS, S. A. A lei no 10.639/03 como fruto da luta antirracista do movimento negro. Em: Educação anti-racista : caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.
SILVA JÚNIOR, H. Do racismo legal ao princípio da ação afirmativa: a lei como obstáculo e como instrumento dos direitos e interesses do povo negro. Em: GUIMARÃES, A. S. A.; HUNTLEY, L. W. (Org.). Tirando a máscara: ensaios sobre o racismo no Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
SILVA, M. L. Ciência, raça e racismo na modernidade. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2009.
SILVA, N. F. I. Africanidade e Religiosidade: Uma possibilidade de abordagem sobra as sagradas matrizes africanas na escola. Educação antirracista: caminhos abertos para a lei federal 10 639/03. Em: Brasília: Ministério da educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.
SOUZA, A. L. S. De olho na cultura: pontos de vista afro-brasileiros. Salvador: centro de Estudos Afro-Orientais. Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2005.
TARDIF, M. Os professores enquanto sujeitos do conhecimento: subjetividade, prática e saberes no magistério. Em: Caudau, V. M.(Eds.) Didática, currículo e saberes escolares. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
TEDESCO, M. do C. A expansão bantu e sua importância para a história da África. Em: SILVA, M. da; GOMES, U. J. (Org.). África, Afrodescendência e Educação. Goiânia: UCG, v. 1, 2006.
UNESCO. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Programa Brasil-África: histórias cruzadas. UNESCO. 2010. Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/inclusive-education/brazil-africa-project/about-brazil-africa-crossed-histories/#c1098725> Acessado em: 03/04/2017.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1996
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
2. Proposta de Política para Periódicos que oferecem Acesso Livre Adiado
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).