Chamada número 5 da Revista Frontería – Quantos mares cabem no Mar Paraguayo?
Prazo de submissão: até 31/07/2022
Prazo de publicação: até 31/12/2022
Em 2022, completam-se trinta anos da publicação de Mar Paraguayo de Wilson Bueno, obra “acontecimento” como invoca Néstor Perlongher já que consegue construir um “lugar no qual ficará para sempre”. O lugar construído pelo livro, se é possível demarcá-lo, se estabelece por continuuns naturais que podem ser observados entre as culturas brasileiras e paraguaias ou entre a oralidade e a escrita, ou ainda entre a prosa e a poesia, ou seja, entre elementos comumente entendidos como díspares. Se o Paraguai metaforicamente é pensado pelos seus próprios críticos e escritores como uma ilha rodeada de terra, no livro de Bueno ele qualifica um mar e assim designa um movimento incessante e persistente de aproximação a este país, movimento que se espalha por outras obras do autor. Como um mar, o livro carrega consigo múltiplos autores, como Paulo Leminski, Jorge Canese, Douglas Diegues, Joca Reiners Terron, Ricardo Corona, ou o já citado Néstor Perlongher, assim como múltiplas leituras: já foi lido sob o signo da “estética neobarroca”; como lugar de acolhimento desta “língua menor”, o portunhol; ou como obra “translíngue”, entre outras abordagens. Em seus trinta anos, lançamos estas perguntas para voltar a pensar esta obra: o que a mantém em cena? Que outros autores continuam a dar movimento ao mar paraguayo? Como está sendo lida? De que modo ainda intervém nesta chamada “literatura latino-americana”? Que redes se estabelecem a partir dela? Que relações promove entre Brasil e Paraguai? Enfim, esta chamada comemorativa quer propiciar uma homenagem a esta obra paradigmática mantendo viva sua discussão.
Organização do dossiê:
Débora Cota (UNILA)
Rita Lenira Bitencourt (UFRGS)