Em busca da pedagogia lúdica: como brincam os professores que brincam em suas práticas pedagógicas?

Autores

  • Tânia Ramos Fortuna Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.30691/relus.v3i1.1880

Resumo

O texto apresenta resultados de pesquisa sobre as práticas pedagógicas centradas na brincadeira, analisando excertos das narrativas de professores que se assumem,
declaradamente, professores que brincam, e são identificados como tal por seus
colegas e alunos. Em diálogo com diversas leituras do campo lúdico e com o reexame das próprias posições da autora sobre as relações entre jogo e educação, tais narrativas esclarecem o sentido de uma pedagogia lúdica. A intenção mais ampla do trabalho é contribuir para qualificar as ações de formação na perspectiva lúdica, acreditando que, assim, também se qualifica a escola, e, por conseguinte, pode-se melhorar a vida das pessoas, concorrendo para realizar uma autêntica transformação social por meio da promoção da inclusão escolar e da emancipação social.

Biografia do Autor

Tânia Ramos Fortuna, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutora em Educação. Professora de Psicologia da Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordenadora Geral do Programa de
Extensão Universitária “Quem quer brincar?”

Referências

CSIKSZENTMIHALYI, M. Fluir (flow): una psicología de la felicidad. 8. ed. Barcelona: Kairós, 2000.

BATESON, G. Las categorías lógicas del aprendizaje y la comunicación (1964). In: ---. Pasos hacia una ecología

de la mente: una aproximación revolucionaria a la autocompreensión del hombre. Buenos Aires: Editorial

Lohlé-Lumen, 1998a. p. 309-338.

BATESON, G. Una teoría del juego y de la fantasía (1954). In: ---. Pasos hacia una ecología de la mente: una

aproximación revolucionaria a la autocompreensión del hombre. Buenos Aires: Editorial Lohlé-Lumen, 1998b.

p. 205-221.

BAUMAN, Z. A arte da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2009.

BROUGÉRE, G. Brinquedos e companhia. São Paulo: Cortez Editora, 2004.

BROUGÈRE, G.; WAJSKOP, G. Entrevista: o que é brincadeira? Revista Criança do Professor de Educação

Infantil, Brasília, n. 31, p. 3-9, 1999.

BUJES, M. I. Criança e brinquedo: feitos um para o outro? In: COSTA, Marisa Vorraber (org.). Estudos Culturais

em Educação: mídia, arquitetura, brinquedo, biología, literatura, cinema. Porto Alegre: Editora da Universidade

UFRGS, 2000. p. 205-228.

CAILLOIS, R. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. (Revisão Técnica da Tradução de Tânia Ramos

Fortuna). Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

CALLEJO, J. Fiestas sagradas: sus orígenes, ritos y significado que perviven en la tradición de los pueblos.

Madrid: Editorial EDAF, 1999.

CALVINO, Í. O caminho de San Giovanni. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

CHAPELA, L. M. El juego en la escuela. México: Paidós, 2002.

CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000.

CHARLOT, B. Relação com o saber, formação de professores e globalização: questões para a educação hoje.

Porto Alegre: Artmed, 2005.

D’ÁVILA, C. M. Didática lúdica: saberes pedagógicos e ludicidade no contexto da educação superior. Revista

Entreideias: Educação, Cultura e Sociedade, Salvador, v. 3, n. 2, p. 87-100, jul/dez. 2014.

DEMETRIO, D. Il gioco della vita: kit autobiografico. Milano: Guerini e Associati, 1997.

DI PIETRO, A. Ludografie: reflessione i pratiche per lasciare tracce con il gioco. Molfeta: La Meridiana, 2003.

ELIADE, M. O sagrado e o profano: a essência das religiões. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

FERNÁNDEZ, A. Os professores devem buscar a re-significação de sua aprendizagem. Pátio Revista

pedagógica, Porto Alegre, v.1, n. 4, p. 26-28, fev./abr.1998.

FINK, E. Oasi del gioco. Milano : Raffaello Cortina Editore, 2008.

FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In: XAVIER, Maria Luiza Merino; DALLA ZEN, Maria Isabel H.

(orgs.) Planejamento em destaque: análises menos convencionais. Porto Alegre: Mediação, 2000. (Cadernos

de Educação Básica, 6) p. 147-164.

FORTUNA, T. R. A formação lúdica do educador. In: MOLL, Jaqueline (org.) Múltiplos alfabetismos: diálogos

com a escola pública na formação de professores. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005. p. 107-121.

FORTUNA, T. R.. A formação lúdica docente e a universidade: contribuições da Ludobiografia e da

Hermenêutica Filosófica. Porto Alegre: UFRGS, 2011. Tese (Doutorado em Educação), Faculdade de Educação,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/35091.

FORTUNA, T. R. Ludobiografia: uma invenção metodológica em pesquisa (auto) biográfica. In: PASSEGI, Maria

da Conceição; ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (org.). Dimensões epistemológicas e metodológicas

da pesquisa (auto) biográfica: Tomo II. Natal: EDUFRN; Porto Alegre: EDIPUCRS; Salvador: EDUNEB, 2012a.

p. 165-202.

FORTUNA, T. R. Da narrativa das narrativas na pesquisa (auto) biográfica em Educação: lições para a elaboração

do relato narrativo. In: ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto; EGGERT, Edla; CASTRO, Amanda Motta

Ângelo (org.). V CIPA: Congresso Internacional de Pesquisa (Auto) Biográfica. Porto Alegre: Programa de

Pós Graduação em Educação – Faculdade de Educação – PUCRS; São Leopoldo: Casa Leiria, 2012b. p. 1-17. 1 CDROM.

FORTUNA, T. R. Professores que brincam: contribuições da ludobiografia para a compreensão da formação

lúdica do professor. In: ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto; FRISON, Lourdes Maria Bragnanolo (org.)

Práticas docentes e práticas de (auto) formação. Porto Alegre: EDIPUCRS; Natal: EDUFRN; Salvador:

EDUNEB, 2012c. p. 133-146.

FORTUNA, T. R. Por uma pedagogia do brincar. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, ano 19, n.109, p.30-35,

jan./fev. 2013.

FORTUNA, T. R. Brincar é aprender. In: GIACOMONI, Marcello Paniz; PEREIRA, Nilton Mullet. Jogos e ensino

de História. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2018. (Série Ensino, Aprendizagem e Tecnologias). ISBN: 978-85-

-0407-5. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/174705

FREUD, S. Escritores criativos e devaneios (1907). In: ---. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud.

Rio de Janeiro: Imago, 1976a. V. IX. p. 147-158.

FREUD, S. O humor (1927). In: ---. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago,

b. V. XXI, p. 187-194.

GADAMER, Hans-Georg. A atualidade do belo: a arte como jogo, símbolo e festa. Rio de Janeiro: Tempo

Brasileiro, 1985.

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método I: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. 8. ed.

Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007.

GADOTTI, M. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Editora Ática, 2005.

GREEN, A. Um psicanalista engajado: conversas com Manuel Macias. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.

HUIZINGA, J. Homo ludens. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1993.

KUPERMANN, D. Ousar rir: humor, criação e psicanálise. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

LARROSA, J. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

LIPOVETSKY, G. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. São Paulo: Companhia

das Letras, 2007.

LULKIN, S. A.. O riso nas brechas do siso. Porto Alegre: UFRGS, 2007. Tese (Doutorado em Educação) –

Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

MAFFESOLI, M. A sombra de Dioniso: contribuição a uma sociologia da orgia. 2. ed. São Paulo: Zouk, 2005.

MAFFESOLI, M. Elogio da razão sensível. 4. ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 2008.

MARQUES, T. B. I. Do egocentrismo à descentração: a docência no ensino superior. Porto Alegre: UFRGS,

Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, 2005.

MORIN, E. Meus demônios. Rio de Janeiro: Bertrand, 2000.

OLIVEIRA, V. B.; BORJA SOLÉ, M.; FORTUNA, T. R. Brincar com o outro: caminho de saúde e bem-estar.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. (Coleção Brinquedo, Educação e Saúde).

ORBETTI, D.; SAFINA, R.; STACCIOLI, G. Raccontarsi a scuola: tecniche di narrazione autobiografica. Roma:

Carocci Faber, 2005.

OUTEIRAL, J. O.; MOURA, L. Paixão e criatividade: estudos psicanalíticos sobre Frida Kahlo, Camille Claudel,

Coco Chanel. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.

PASCAL, B. Pensamentos. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

ROVATTI, P. A.; ZOLETTO, D. La scuola dei giochi. Milano: Tascabili Bompiani, 2005.

SARLÉ, P. M. Ensenar el juego y jugar la enseñanza. Buenos Aires: Paidós, 2006.

STACCIOLI, G. Il gioco nel gioco del giocatore. In: DI PIETRO, Antonio. Ludografie: reflessione i pratiche per

lasciare tracce con il gioco. Molfeta: La Meridiana, 2003. p. 47-92.

STACCIOLI, G. La ludobiografia: un modo per raccontare e raccontarsi giocando insieme. In: ORBETTI, Daniela;

SAFINA, Rossella; STACCIOLI, Gianfranco. Raccontarsi a scuola: tecniche di narrazione autobiografica. Roma:

Carocci Faber, 2005. p. 88-136.

STACCIOLI, G. I giochi che fanno crescere: analisi e proposte di giochi di pedine per uma didattica ludica.

Pisa: Edizioni ETS, 2009.

STACCIOLI, G. Ludobiografia: raccontare e raccontarsi con il gioco. Roma: Carocci Editore, 2010.

SUTTON-SMITH, B. A ambiguidade da brincadeira. (Revisão Técnica da Tradução de Tânia Ramos Fortuna).

Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

TERR, L. El juego: por qué los adultos necesitan jugar. Barcelona: Paidós, 2000.

VISALBERGHI, A. Problemi della ricerca pedagogica. Firenze: La Nuova Itália Editrice, 1965.

WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

Downloads

Publicado

14.10.2019

Como Citar

Fortuna, T. R. (2019). Em busca da pedagogia lúdica: como brincam os professores que brincam em suas práticas pedagógicas?. evista Eletrônica udus cientiae, 3(1). https://doi.org/10.30691/relus.v3i1.1880