“UM AGRAVAMENTO MUITO FORTE DA TAXA DE EXPLORAÇÃO”: REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E ESTRANHAMENTO EM TEMPOS DE CAPITALISMO FINANCEIRO

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Resumo

Compreende-se que o declínio do binômio taylorismo/fordismo possibilitou a emergência de uma nova fase do capitalismo, presidido pela lógica e pelos imperativos da valorização financeira. Em vista disso, procurou-se neste artigo estabelecer uma reflexão acerca do processo de reestruturação produtiva operado pela lógica do capital financeira, em uma relação direta com uma importante chave conceitual do pensamento marxiano: o Estranhamento (Entfremdung), com a finalidade de apresentar que a sociabilidade capitalista contemporânea é caracterizada pela intensificação da precarização do trabalho e, via de consequência, do estranhamento do trabalho, ampliando as formas de fetichismo que contribuem para distanciar a subjetividade do exercício de uma cotidianidade autêntica.

Biografia do Autor

Rafael Lucas Santos da Silva, Universidade Estadual de Maringá - UEM

É Mestre em Letras, na área de Estudos Literários, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá - UEM. Desenvolve pesquisa sobre o pensamento de Slavoj Zizek e suas aplicações aos Estudos Literários, buscando apreender, na perspectiva da crítica literária dialética, as tensões existentes na relação entre a produção literária brasileira contemporânea e os processos histórico-sociais de precarização do trabalho. Possui Graduação em Letras Português/Espanhol e Respectivas Literaturas na Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Campus de Foz do Iguaçu.

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Publicado

2020-10-10

Como Citar

Santos da Silva, R. L. (2020). “UM AGRAVAMENTO MUITO FORTE DA TAXA DE EXPLORAÇÃO”: REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E ESTRANHAMENTO EM TEMPOS DE CAPITALISMO FINANCEIRO. Revista Espirales, 4(2), 84–100. Recuperado de https://revistas.unila.edu.br/espirales/article/view/2193