TECNOLOGIAS DE GESTÃO DA MORTE E POLÍTICAS DE VIDA

IMAGENS-PALAVRAS SOBRE GARIMPO EM TERRITÓRIO YANOMAMI

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/2282886.8.1-10

Palavras-chave:

Políticas de vida, Necropolítica, Garimpo, Terra indígena Yanomami, Davi Kopenawa

Resumo

Nos últimos anos, houve uma explosão da atividade garimpeira em terras indígenas, o que vem causando impactos socioambientais de largo espectro sobre a floresta e todo o seu tecido vivo. Embora não seja recente a exploração ilegal de ouro em terras indígenas, é crônica e ostensiva a presença de garimpos nestes espaços desde, pelo menos, a década de 1970. Nos termos da Constituição Federal Brasileira de 1988, o garimpo em terras indígenas é ilegal, uma vez que elas são de usufruto exclusivo dos povos e comunidades originários. A atividade, fomentada por grupos sociais e políticos com interesses diversos, gera uma série de outras ilegalidades e impacta o meio ambiente e as comunidades indígenas, comprometendo a qualidade de vida e a gestão autônoma dos territórios. Considerando o amplo leque de agravos e violações de direitos que se materializa por meio do garimpo ilegal em terras indígenas, o presente texto dedica-se, especificamente, à discussão de algumas dessas práticas na Terra Indígena Yanomami, localizada entre os estados de Roraima e do Amazonas. Tomando o conceito de necropolítica como chave argumentativa, analisa-se como a invasão garimpeira, a omissão do poder público e a negligência do Estado operam articuladamente a gestão da morte, convertendo as existências indígenas em “vidas matáveis”. Apresenta-se, como contraponto, imagens-palavras de Davi Kopenawa Yanomami, entendidas como força performativa das políticas da vida, em viés decolonial.

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Publicado

2024-07-30

Como Citar

Bonin, I. T. (2024). TECNOLOGIAS DE GESTÃO DA MORTE E POLÍTICAS DE VIDA: IMAGENS-PALAVRAS SOBRE GARIMPO EM TERRITÓRIO YANOMAMI. Revista Espirales, 8(1), 191–210. https://doi.org/10.29327/2282886.8.1-10

Edição

Seção

Dossiê: Biopolíticas decoloniais: leituras latinoamericanas