v. 1 n. 2 (2017): Não apresse o rio, ele corre sozinho...
Andamos. E chegamos ao segundo número da Revista Eletrônica Ludus Scientiae (RELuS). Com estes artigos, fechamos o primeiro volume de nossa revista. Tal periódico é construído com muito carinho e também muito esforço, considerando que nós, editores, arcamos com todos os custos relacionados à editoração, secretaria, DOI, eletricidade, água, cafezinho, terapia entre outras necessidades relacionadas à edição de uma revista científica na área de ensino de ciências. Mas aliado a tudo isso, sobra-nos bastante alegria. Infinita felicidade de ver a RELuS caminhando. Concordamos com Barry Stevens, em um dos seus livros: não apressaremos o rio, pois ele corre sozinho.
Em termos científicos, o ano de 2017 foi horrível quando consideramos o contingenciamento financeiro pelo qual passou a ciência brasileira. E a tendência é piorar. Para 2018, o orçamento para ciência e tecnologia é estimado em cerca de 40% menor do que foi em 2017. Com o valor previsto para 2018, chegaremos a menos de um terço do orçamento de 2010 e menos da metade daquele de 2005. Definitivamente, não é um avanço. É um retrocesso de gigantescas proporções o que levará a paralização de uma série de pesquisas em todas as áreas do conhecimento, o que inclui, obviamente, a educação em ciências. Vários pesquisadores já bancam do próprio bolso uma variedade de gastos em seus laboratórios e grupos de pesquisa. O que está sendo destruído nos últimos dois anos, levará mais de uma década para se recompor e isso deve ser denunciado.
Por outro lado, recebemos uma grande quantidade de questionamentos de prováveis autores sobre o Qualis da RELuS. Infelizmente, o sistema de gestão da pós-graduação no país, atrelou o crescimento dela ao número de publicações que sejam qualificadas pela CAPES. Queríamos a princípio uma revista que publicasse trabalhos na área de jogos e atividades lúdicas no ensino de ciências. O que não é tão simples assim. Muitas publicações que poderiam ter sido submetidas a RELuS, migraram para outras revistas já qualificadas no Qualis. É um sistema que consideramos um tanto patológico, mas é o que existe em termos de avaliação da produção científica no país.
Entendemos a situação, pois faz parte inclusive de critérios de defesa de dissertação ou tese em alguns programas de pós-graduação. Não estamos alheios a isso, apesar da discordância. Estamos envidando grande esforço para que a revista seja conhecida na próxima coleta de dados dos programas de pós-graduação para a avaliação quadrienal da CAPES, no ano de 2017, e assim, possivelmente ser qualificada em dos extratos.
Neste número temos trabalhos que discorrem sobre aplicações em salas de aula de jogos analógicos e digitais, além de discussões importantes sobre a filosofia do jogo e suas possibilidades avaliativas e também a utilização do jogo em atividades de contextualização. Finalmente, agradecemos a todos os avaliadores, responsáveis diretos pela melhoria e crescimento dos trabalhos publicados. Esperamos que se divirta muito na leitura desse número. Afinal, ler e aprender é sempre uma diversão. E este é um dos objetivos da Revista Eletrônica Ludus Scientiae.
Eduardo Luiz Dias Cavalcanti
Maria das Graças Cleophas
Márlon Herbert Flora Barbosa Soares
(Editores da Revista Eletrônica Ludus Scientiae)