Paradoxos do governo de Evo Morales na Bolívia: A reserva ambiental TIPNIS e os interesses de grupos econômicos nacionais e brasileiros (2009-2015)
Resumo
A Bolívia passa em 2006 por um momento histórico importante, pela primeira vez um presidente indígena é eleito, desde a independência. A sua eleição se respaldou em diversos movimentos populares e étnicos que se mobilizaram para frear os rumos neoliberais em curso desde 1985. Já em 2006 se convocou uma Assembleia Constituinte para que não só reorientasse o país, mas também fundamentasse os princípios de sua “refundação” como o Vivir Bien e a Plurinacionalidade, que estariamgarantidos na nova constituição, aprovada em 2009. Por outro lado, observa-se por meio do crescimento econômico do país posterior à eleição de Evo Morales que a orientação político-econômica do país se manteve constante, baseada no extrativismo.
Portanto, este artigo teve como objetivo explorar os limites da proposta de
“refundação” do país em conjunto com a manutenção da política econômica extrativista como também com o projeto de integração latino-americana, analisado nesta pesquisa no caso do Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure - TIPNIS. A análise esmiuçada desse caso, levando em conta os interesses envolvidos, expõem como esses impasses se alocam dentro dos princípios de uma nova orientação civilizatória.
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