ESPAÇOS ENTRE MULHERES NA LUTA CAMPESINA LATINOAMERICANA

Autores

  • Renata Rodrigues Marques Universidade Federal de Santa Maria
  • Amanda Krein Antonette Universidade Federal de Santa Maria

Resumo

Esta pesquisa aborda as maneiras pelas quais as mulheres trabalhadoras rurais latino-americanas se estabelecem como sujeitos de luta, promovendo práticas de empoderamento e luta política, e questionando a invisibilidade do trabalho das mulheres (produtivo e reprodutivo). A partir disto, busca-se compreender de que forma espaços entre mulheres impulsionam a construção dos sujeitos de luta femininos, reconhecendo elementos comuns entre as lutas de mulheres trabalhadoras rurais. Na América Latina, a Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe (Rede LAC) atua como  ponte de diálogo das lutas de mulheres campesinas, tornando visíveis os elementos compartilhados entre lutas singulares. Na compreensão de que a América Latina é sócio-econômica e culturalmente heterogênea, utiliza-se também a experiência brasileira, da Marcha das Margaridas, como um exemplo. O artigo abordará em um primeiro momento os conceitos de sujeito de luta e de espaço entre mulheres, bem como as formas como mulheres trabalhadoras rurais se constroem enquanto sujeitos de luta. Na segunda seção o enfoque será nas experiências desenvolvidas no espaço da Rede LAC, e em seguida, na Marcha das Margaridas. Finaliza-se abordando os horizontes interiores e alcances práticos destas lutas.

Biografia do Autor

Renata Rodrigues Marques, Universidade Federal de Santa Maria

Atualmente é graduanda da Universidade Federal de Santa Maria. Educadora no projeto de Educação Popular Alternativa Pré-Universitário. Tem interesse de pesquisa nas temáticas de Teoria das Relações Internacionais, Direitos Internacional dos Direitos Humanos, Teoria Feminista e Decolonial.

Amanda Krein Antonette, Universidade Federal de Santa Maria

Acadêmica de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Maria. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Relações Internacionais, Bilaterais e Multilaterais, bem como em Direito Internacional. Membro do Grupo de Estudos e Extensão Universidade das Mulheres (GEEUM@). Educadora Popular no Pré-Universitário Popular Alternativa.

Referências

Almeida, Vanete; Prieto, Immaculada Lopez (coord). (2007). Uma história muito linda: Perpetuando a Rede LAC = Una historia muy linda: Perpetuando la Red LAC / Rede de Mulheres Rurais da América Latina e Caribe. Rede LAC: Recife.

Cardoso Pimenta, Sara Deolinda. (2013). Participação, Poder e Democracia: Mulheres Trabalhadoras no Sindicalismo Rural. In Moreira Silva, Eduardo; Barros Soares, Leonardo. (orgs). Políticas Públicas e Formas Societárias de Participação. FAFICH/UFMG: Belo Horizonte.

Marcha das Margaridas. (2003). Texto base para a Marcha das Margaridas.

Marcha das Margaridas. (2007). Carta da Marcha das Margaridas.

Marcha das Margaridas. (2011). Carta da Marcha das Margaridas.

Cordeiro, Rosineide de Lourdes Meira. (2004). Além das secas e das chuvas: o uso da nomeação mulher trabalhadora rural no sertão de Pernambuco. In Prêmio Margarida Alves: Coletânea sobre estudos rurais e gênero. Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (nead): Brasília.

Deere, Carmen Diana. (2004). Os Direitos da Mulher à Terra e os Movimentos Sociais Rurais na Reforma Agrária brasileira. Revista Estudos Feministas: Florianópolis.

Deere, Carmen Diana; LEÓN, Magdalena. (1998). Mujeres, derechos a la tierra y contrareformas en América Latina. Debate Agrario, n. 27 (129-154): Lima.

Faria, Nalu. (2014). As mulheres e a produção de alimentos: Uma perspectiva feminista para o debate. SOF: Brasília.

Faria, Nalu. (2009). Economia Feminista e agenda das mulheres no meio rural. In Butto, A (Org). Estatísticas Rurais e a Economia Feminista: Brasília.

Federici, Silvia. (2004). Calibán y la bruja: mujeres, cuerpo y acumulación originaria. Traficantes de Sueños: Madrid

Federici, Silvia. (2013). El feminismo y las políticas de lo común en una era de acumulación primitiva. In Revolución en punto cero. Trabajo doméstico, reproducción y luchas feministas. Traficantes de Sueños: Madrid.

Furtado, Victoria; y Grabino, Valeria. (2018). Alertas feministas: lenguajes y estéticas de un feminismo desde el sur. (Artículo inédito). Universidad de la República: Montevideo.

Gutiérrez, Raquel. (2013). ¿Es fértil todavía la noción de “movimiento social” para comprender la lucha social en América Latina? Cátedra Jorge Alonso: Guadalajara.

Gutiérrez, Raquel; Sosa, Maria Noel; y Reyes, Itandehui. (2018). El entre mujeres como negación de las formas de interdependencia impuestas por el patriarcado capitalista y colonial. Reflexiones en torno a la violencia y la mediación patriarcal. Revista Heterotopías. Córdoba.

Pateman, Carole. (1988). The Sexual Contract. Stanford University Press: Stanford

Segato, Rita Laura. (2013). La escritura en el cuerpo de las mujeres asesinadas en Ciudad Juárez. Tinta Limón: Buenos Aires.

Segato, Rita Laura. (2002). Identidades políticas y alteridades históricas: una crítica a las certezas del pluralismo global. Nueva Sociedad 178 (104-125): Buenos Aires.

Silva, Berenice Gomes da. (2008). A MARCHA DAS MARGARIDAS: resistências e permanências. In Prêmio Margarida Alves: Coletânea sobre estudos rurais e gênero. Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (nead): Brasília.

Downloads

Publicado

2019-10-13

Como Citar

Rodrigues Marques, R., & Krein Antonette, A. (2019). ESPAÇOS ENTRE MULHERES NA LUTA CAMPESINA LATINOAMERICANA. Revista Espirales, 3(2), 95–113. Recuperado de https://revistas.unila.edu.br/espirales/article/view/1593