TRABALHADORES DA SAÚDE E TRABALHO PRECÁRIO EM TEMPOS DE PANDEMIA

OS CASOS DO BRASIL E DO PERU

Resumo

A pandemia obrigou a grande parte da população a adotar as medidas de confinamento social e distanciamento social. Tais medidas, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde - OMS, foram implementadas para frear a propagação e o avanço do vírus. No entanto, setores como saúde, alimentação e atividades essenciais continuaram funcionando e prestando serviços. A chegada da pandemia do Covid-19 evidenciou as múltiplas dificuldades enfrentadas diariamente pelos trabalhadores dos diversos setores, ainda mais de aqueles que continuaram exercendo suas atividades em tempos de emergência sanitária. Os desafios trazidos pela pandemia contribuíram para a deterioração e intensificação das condições de trabalho, intensificando a exploração dos trabalhadores dos setores mais vulneráveis. O presente trabalho é um ensaio empírico cujo objetivo é descrever e analisar o contexto de precarização do trabalho em trabalhadores da saúde no Brasil e no Peru em tempos de pandemia do COVID-19. Para isso, se aborda a situação da pandemia e se analisa as dimensões da precarização do trabalho dos profissionais de saúde em meio à crise sanitária. Fundamenta-se que, com a chegada da pandemia, a situação dos trabalhadores da saúde se agravou. Isso, especificamente, pela falta de condições adequadas de trabalho, pela infraestrutura precária onde exercem suas atividades, pela escassez de equipamentos de proteção individual (EPI) e, principalmente, pela ausência de medidas que protejam sua saúde e integridade. Consequentemente, percebe-se que esses trabalhadores enfrentam, hoje, o abandono do setor saúde, razão pela qual se sugere a melhora de políticas trabalhistas que fortaleçam o direito dos trabalhadores da saúde a um ambiente de trabalho seguro.