BIOPOLÍTICA E COLONIALIDADE BRASILEIRA

UMA ARQUE-GENEALOGIA DOS DISCURSOS CONSERVADORES A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA CONTRACOLONIAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/2282886.8.1-3

Palavras-chave:

Conservadorismo, cosmofobia, contracolonialidade

Resumo

O artigo propõe uma análise das práticas discursivas conservadoras proferidas por Geisiane Freitas e Patrícia Silva em seu livro O que não te contaram sobre o movimento antirracista, adotando uma perspectiva contracolonial apresentada por Antônio Bispo dos Santos em A terra dá, a terra quer, compreendida a partir da analítica foucaultiana como um saber sujeitado, marcado pela biopolítica colonial brasileira. O texto foi organizado em duas seções: na primeira, foram apontados os referenciais teóricos e os procedimentos metodológicos mobilizados na análise, também discorrendo sobre as bases epistemológicas que sustentam tanto o saber conservador cristão e colonial quanto a perspectiva contracolonial e quilombola; enquanto na segunda parte, foi exposta uma análise do discurso conservador e cristão apresentado pelas autoras, construída a partir da noção de racismo de Estado amparado na analítica foucaultiana, bem como em uma perspectiva contracolonial que o compreende como cosmofobia.

Biografia do Autor

Teresa da Silva Rosa, Universidade Vila Velha - UVV

Minha atuação profissional reflete minha formação interdisciplinar e internacional. Meu doutorado em Sócio-économie du développement (EHESS, 2005) foi uma oportunidade para aprofundar o estudo sobre a sustentabilidade do desenvolvimento na perspectiva ecocêntrica. Faço parte do corpo docente dos Programas de Pós Graduação em Sociologia Política e em Arquitetura e Cidade além dos cursos de graduação (Relações Internacionais e Psicologia) da Universidade Vila Velha. Sou líder do Núcleo de Estudos Urbanos e Socioambientais/NEUS, tendo colaborado como pesquisadora de grupos com interesse sobre temáticas relativas a sociologia da ciência e a sociologia ambiental na UFRRJ e na UEPb. Colaboro como parecerista de revistas científicas nacionais e internacionais bem como de agências de fomento científico. Fui bolsista ?Pesquisador Capixaba? (2013-2016) e coordeno pesquisas com financiamento de agências como o CNPq (2010-2011; 2014-2017) e FAPES (2018-2020). Desde 2022, sou bolsista PQ2/CNPq. Tenho interesse em temáticas de pesquisa interdisciplinares e complexas tais como: produção de conhecimentos ambientais na interface da esfera científica com a esfera política; análise de políticas públicas ambientais e governança ambiental; e vulnerabilidade socioambiental e redução de risco de desastres em contexto de eventos climáticos no Antropoceno.

Paulo Edgar da Rocha Resende, Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS)

Doutor em Políticas Públicas e Mestre em Ciência Política pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), onde colaborou como pesquisador efetivo do Instituto de Governo e Políticas Públicas (IGOP) com bolsa do programa de Formação de Professores Universitários do Ministério de Educação e Ciência da Espanha. Bacharel em Relações Internacionais pela PUC/SP, realizou estágio de Doutorado Sanduíche na Universidade Colégio de Londres (UCL) e em 2018 foi Professsor Visitante na Universidade do Estado de Louisiana (LSU). Atualmente é professor no Centro Paula Souza e Pesquisador no Observatório das Metrópoles. Foi assessor de Relações Internacionais na Coordenadoria do Orçamento Participativo da Prefeitura de São Paulo e atuou por dez anos como professor de graduação presencial e EaD, e pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Possui projetos de pesquisa aprovados por órgãos de fomento e experiência com métodos qualitativos e quantitativos, assim como organização de eventos, projetos de extensão, orientação de pesquisadores e elaboração de materiais didáticos. Publicou livros, artigos e capítulos de interesse à Sociologia Política e às Relações Internacionais, sobre instituições participativas, movimentos sociais, grupos minorizados, democracias, anarquismos e pós-estruturalismo.

Referências

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Jandaira, 2018.

AQUINO, São Tomás. Suma Teológica. São Paulo: Loyola, 2005.

CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2018.

CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2009.

CORRÊA, Mariza. As ilusões da liberdade. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013.

CLASTRES, Pierre. Sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora, 1978.

CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

DÓRIA, Pedro. Fascismo à brasileira. São Paulo: Planeta, 2020.

FANON, Franz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. UFBA, 2008.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FREITAS, Geisiane; SILVA, Patrícia. O que não te contaram sobre o movimento antirracista. São Paulo: Avis Raras, 2023.

GÓES, Luciano. A “tradução” de Lombroso na obra de Nina Rodrigues. Rio de Janeiro: Revan, 2016.

IORIO, Ubiratan J. Dos protoaustríacos a Menger. São Paulo: LVM, 2017.

OLIVEIRA, Plínio Corrêa de. Revolução e Contra-Revolução. São Paulo: Art Press, 2017.

QUIJANO, Aníbal. Ensayos em torno de la colonialidad del poder. Buenos Aires: Ediciones Del Signo, 2019.

KIRK, Russel. A política da prudência. São Paulo: É realizações, 2013.

MACHADO, Roberto. Foucault, a ciência e o saber. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. São Paulo: N-1, 2018.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

ROSA, Pablo O. Etnografia nas plataformas digitais: Um diagrama do conservadorismo tecnopolítico à brasileira e sua articulação com o sistema de justiça criminal. In BORDIN, Marcelo (org.). Metodologia de pesquisa qualitativa no sistema de justiça criminal. Pelotas/RS: Adentro e Através, 2022.

SANTOS, Antônio Bispo dos. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu, 2023.

SANTOS, Antônio Bispo dos. Somos da Terra. In CARNEVALLI, Felipe; REGALDO, Fernanda; MARQUES, Renata; CANÇADO, Wellignton (org.). Terra. São Paulo: Ubu, 2023b.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Pelas mãos de Alice. São Paulo: Cortez, 2010.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Descolonizar. São Paulo: Boitempo, 2022.

SANTOS, Mário Ferreira dos. Invasão vertical dos bárbaros. São Paulo: É Realizações, 2012.

SOUZA, Jessé, Como o racismo criou o Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2021.

ZANOTTI, Gabriel G. Antropología filosófica y economia de mercado. Madrid: Unión Editorial, 2011.

Downloads

Publicado

2024-07-30

Como Citar

Ornelas Rosa, P., da Silva Rosa, T., & Edgar da Rocha Resende, P. (2024). BIOPOLÍTICA E COLONIALIDADE BRASILEIRA: UMA ARQUE-GENEALOGIA DOS DISCURSOS CONSERVADORES A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA CONTRACOLONIAL . Revista Espirales, 8(1), 35–59. https://doi.org/10.29327/2282886.8.1-3

Edição

Seção

Dossiê: Biopolíticas decoloniais: leituras latinoamericanas