CORPO-VOZ NA POÉTICA INDÍGENA - OUTRO MODO DE PENSAR A HISTÓRIA DO “ÍNDIO” NA EDUCAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.29327/2282886.8.1-13Palavras-chave:
literatura indígena, educação, índigenas na literatura, resistência na arteResumo
Este artigo propõe algumas reflexões sobre a imagem do indígena na Educação, na literatura indianista brasileira, e a importância da inserção da literatura escrita pelos próprios indígenas. O diálogo proposto envolve a história do apagamento do protagonismo dos povos originários e a importância da escrita indígena que retoma a história em vozes ancestrais. A partir dos anos 70, com o Movimento Indígena, a escrita desses autores começa a adquirir importância porque há um rompimento da caricatura do “índio de tinta e papel” que ainda hoje fulgura nos livros didáticos. É importante encontrar uma nova compreensão, outra racionalidade a partir dos povos originários, uma vez que a modernidade não conseguiu modificar totalmente a mentalidade de subalternidade desde o século XVI sobre esses povos. A Educação tem como desafio a construção de novas experiências pedagógicas com compreensões atualizadas sobre esses povos. A partir da importância da inserção da literatura indígena, como instrumento pedagógico, busca-se evidenciar como essas produções literárias provocam fissuras no sistema literário tradicional. Este trabalho tem como aporte teórico-pedagógico um estudo bibliográfico, de cunho qualitativo. Para ilustrar essas questões, recorre-se a recortes de obras indianistas em Gonçalves Dias e José de Alencar e analisam-se os poemas “Curando feridas”, “Versos insubmissos” e “Corporeidade” de Eva Potiguara, no livro Abyalyala Membyra Nhe’Engara – Cânticos de uma filha da terra (2022). Esta proposta está fundamentada, principalmente, na perspectiva própria escrita de indígenas, como na análise da cultura indígena por escritores como Krenak (2019), Graça Graúna (2013), Eliane Potiguara, dentre outros.
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