O DESENVOLVIMENTISMO LATINO-AMERICANO PELA CEPAL
Abstract
Tomando com marco o final da Segunda Guerra Mundial, este artigo tem a pretensão de sistematizar os vetores contextuais sob os quais emergiu o debate do desenvolvimentismo latino-americano na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A partir de uma revisão da literatura especializada, buscar-se-á ponderar: os condicionantes sistêmicos da Ordem Internacional pós-1945; o comportamento e a contrapartida desses condicionantes no entorno regional latino-americano; além da proatividade da Cepal enquanto agente e vanguarda desse processo. A hipótese central é a de que o desenvolvimentismo foi fruto de uma leitura dos condicionamentos internacionais e regionais da nova ordem internacional após a guerra. Em corolário, tal perspectiva conseguiu propor a alteração (ainda que do ponto de vista teórico) do modelo de desenvolvimento e de inserção internacional latino-americano. Partindo desse pressuposto e tendo em vista a emergência do debate contemporâneo sobre a ascensão de uma nova ordem internacional asiática, a relevância deste artigo justifica-se no fato dele - ao analisar a experiência histórica da década de 1950 - fornecer elementos para o debate sobre os padrões de desenvolvimento e de inserção internacional da América Latina no mundo hodierno.
Downloads
References
ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith in Beijing: lineages of the 21st century. Londres: Verso, 2008.
AYLLÓN, Bruno. Evolução histórica da cooperação Sul-Sul. Repensando a cooperação internacional para o desenvolvimento. Organizador: André de Mello e Souza. Brasília: Ipea, 2014.
BIELSCHOWSKY, Ricardo (Ed.). Cinqüenta anos de pensamento na CEPAL. CEPAL, 2000.
BIELSCHOWSKY, Ricardo. Cinqüenta anos de pensamento na CEPAL: uma resenha. In: Cinqüenta anos de pensamento na CEPAL-Rio de Janeiro: Record/CEPAL, 2000-v. 1, p. 13-68, 2000.
CEPAL, N. U. Cinqüenta anos de pensamento na CEPAL. 2000.
CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da política exterior do Brasil. 2002.
DALIO, Danilo José. Integração econômica na América Latina: a CEPAL e a construção de uma consciência integracionista. In: ENCONTRO DA PÓS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM HISTÓRIA ECONÔMICA, 2016. p. 1 - 35. Disponível em: <http://www.abphe.org.br/uploads/Textos Encontro Pós ABPHE 2016/Danilo_Dalio.pdf>. Acesso em: 08 maio 2017.
HERZ, Mônica; HOFFMANN, Andrea Ribeiro. Organizações internacionais: teoria e prática. Editora Campus/Elsevier, Rio de Janeiro, 2004.
HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX. Editora Companhia das Letras, 1995.
MALLORQUÍN, Carlos. La CEPAL y Raúl Prebisch. La década de oro: 1950. Integración Latinoamericana y Caribeña. In: José Briceño Ruiz, Andrés Rivarola Puntigliano & Angel Casas-Gragea (comp.). Integración Latinoamericana y Caribeña. Política y Economía. Política y Economía, Madrid: Fondo de Cultura Económica de España
MARINI, Ruy Mauro. Dialética da Dependencia, 1973. In: TRASPADINI, Roberta e STEDILE, João pedro (Orgs.). Ruy Mauro Marini. Vida e Obra. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2011, p. 131 - 172.
MARINI, Ruy Mauro. A acumulaçào capitalista mundial e o subimperialismo. Tradução de Maíra Machado Bichir e Fábio Pádua dos Santos. Outubro, número 20, 2012.
MARINI, Ruy Mauro. Subdesarollo y revolución. Cidade do México, Siglo XXI Editores,1974, pp. 1-25. Disponível em: <http://www.marini-escritos.unam.mx/019_subdesarrollo_revolucion_1.html> Acesso em 19 de novembro de 2018.
MORAIS, Reginaldo C. Celso Furtado: o subdesenvolvimento e as idéias da Cepal. Editora Ática, 1995.
MOURA, Gérson. O alinhamento sem recompensa: a política externa do governo Dutra. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas. Textos CPDOC, 1990, mimeo.
OSÓRIO, Luiz Felipe. Imperialismo, Estado e Relações Internacionais. São Paulo, Ideias e Letras, 2018.
PRADO, Fernando Correa. A ideologia do desenvolvimento e a controvérsia da dependência no Brasil contemporâneo. Tese de doutorado. (Programa de Pós-graduação em Economia Política Internacional) Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015
PUNTIGLIANO, Andrés. De CEPAL a ALALC: tres vertientes del pensamiento regionalista en Latinoamérica. In:José Briceño Ruiz, Andrés Rivarola Puntigliano & Angel Casas-Gragea (comp.). Integración Latinoamericana y Caribeña. Política y Economía. Madrid: Fondo de Cultura Económica de España, p. 846-864, 2012.
REIS, Oswaldo Dehon R. As três gerações do Regionalismo Político. Working paper, Encontro da Associação Brasileira de Relações Internacionais, ABRI. Brasília, 2007.
RITTBERGER, Volker; ZANGL, Bernhard; KRUCK, Andreas. International organization. Palgrave Macmillan, 2012.
SADER, Emir et al. Latinoamericana. Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006. Acessado em: http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/c/cepal
SEVERO, Luciano Wexell. Integração Econômica e Desenvolvimento da América do Sul: O Brasil e a Desconstrução das Assimetrias Regionais. Tese de doutorado. (Programa de Pós-graduação em Economia Política Internacional) Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015.
SOUZA, N A. América Latina: as ondas de integração. Oikos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 87-126. 2012.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution License that allows sharing of the work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
- Authors are permitted to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., to post it to an institutional repository or publish it as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
- Authors are allowed and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal websites) at any point before or during the editorial process, as this can lead to productive exchanges, as well as increase the visibility and citation of the published work (see The Effect of Open Access).
