ENTRE O MOVIMENTO DAS MULHERES DAS ILHAS DE BELÉM E AS AGENDAS DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES UNIDAS: DISCUSSÕES SOBRE GENDER MAINSTREAMING
Abstract
O presente trabalho tem como objetivo central realizar um exercício de discussão acerca da trajetória do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), entre os anos de 1998 e 2018, frente às três principais
agendas internacionais para o desenvolvimento propostas no âmbito da Organização das Nações Unidas (Agenda 21- Agenda de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - Agenda de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Para isso, realiza-se uma pesquisa bibliográfica e documental, verificando se há relação entre o MMIB e as agendas
internacionais de desenvolvimento, a partir do diálogo entre teóricas feministas da Escola téorica de Gênero e Desenvolvimento (GED) dentro do conceito de Gender Mainstreaming e reflexões feministas de inspiração ou
aproximação pós-colonial, pois – ainda que existam produções referentes às relações entre mulheres, gênero e o tema do desenvolvimento nas Relações Internacionais desde aproximadamente a década de 1970 –, o assunto tem sido pouco explorado sob os olhares de pesquisadores e pesquisadoras feministas do Sul Global com relação às experiências de protagonismo de mulheres amazônidas, aqui representadas pelo MMIB. Assim, entre os principais resultados da pesquisa, está a revisão das discussões tradicionais da escola GED, ampliando o debate em direção às
conexões entre desigualdade de gênero, desenvolvimento e o “particular” da trajetória do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém.
References
AMIN, Mario Miguel. A Amazônia na geopolítica mundial dos recursos estratégicos do século XXI. Revista
Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, 2015.
BRILHO, Silvaneide Santos de Queiroz Côrte. Dinâmica Econômica e Social na Amazônia rural: o
protagonismo do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB) - PA. 2015. 184 f. Tese (Doutorado em
Engenharia Agrícola) - Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade de Campinas, Campinas.
CAMPOS, Ingrid Zanella Andrade; MARQUES, Clarrisa. A análise histórica internacional do princípio do
desenvolvimento sustentável. Caderno de Relações Internacionais, Recife, vol. 8, nº 14, jan-jun. 2017.
CEPAL. Autonomia das mulheres e igualdade na agenda de desenvolvimento sustentável. 2016. Disponível em: <
https://repositorio.cepal.org/handle/11362/40706>. Acesso em 07 dez 2018.
DERGAN, João Marcelo Barbosa. Formação histórica das Ilhas de Belém: A relação cultura e natureza. Anais da
ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, Londrina, 2005.
ELGSTON, Anne E. Sustainable Development: A history. 2007. 261 f. Tese (Doutorado em Global Affairs) -
Graduate Program in Global Affairs, State University of New Jersey, New Jersey.
ESCOBAR, A.. Más allá del desarrollo: postdesarrollo y transiciones hacia el pluriverso. Revista de Antropología
Social, Norteamérica, 21, sep. 2012.
_______. El “postdesarrollo” como concepto y pratica social. In: MATO, Daniel (Coord.) Políticas de economia,
ambiente y sociedade em tempos de globalização. Caracas: Universidade Central de Venezuela. 2005.
FRAXE, Teresinha Jesus Pinto; WITKOSKI, Antônio Carlos; MIGUEZ, Samia Feitosa. O Ser da Amazônia:
identidade e invisibilidade. Cienc. Cult. vol.61 no.3 São Paulo, 2009.
HARCOURT, Wendy. Handbook of Gender and Development: Critical Engagements in Feminist Theory and
Practice. 1 ed. UK: Palgrave Macmillan, 2015.
ICAZA, Rosalba; VÁZQUEZ, Rolando. The coloniality of gender as a radical critique of developmentalism. In:
HARCOURT, Wendy. Handbook of Gender and Development: Critical Engagements in Feminist Theory and
Practice. 1 ed. UK: Palgrave Macmillan, 2015.
MOHANTY, Chandra Talpade. “Bajo los ojos de occidente”. In: NAVAZ, Liliana Suarez; HERNÁNDEZ, Aída.
Descolonizando el feminismo: Teorías y prácticas desde los margenes. Madrid: Editora Cátedra, 2008.
MUKHOPADHYAY, Maitrayee. Mainstreaming Gender on “Streaming” Gender away, feminists marooned in
development business. In: HARCOURT, Wendy. Handbook of Gender and Development: Critical Engagements
in Feminist Theory and Practice. 1 ed. UK: Palgrave Macmillan, 2015.
NIEDERLE, Paulo André; RADOMSKY, Guilherme F. Waterloo (Org). Introdução às teorias do
desenvolvimento. 1 ed, Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016.
PEABIRU. Marco contextual da Belém ribeirinha. 2014. Disponível
em:<https://institutopeabiru.files.wordpress.com/2014/08/belemribeirnha-marcocontextual.pdf>. Acesso em 7 de
dez 2018.
SCHMINK, Marianne; GÓMEZ-GARCÍA, Marliz Arteaga. Embaixo do dossel: gênero e florestas na Amazônia.
Centro Internacional de Pesquisa Florestal. 1 ed. CIFOR, Bogor (Indonésia): 2016.
SILVA, Gielly Lima da; RODRIGUES, Rafael de Oliveira Castro. O papel da mulher na busca de novos
referenciais socioeconômicos espaciais – o caso do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém, na ilha de
Cotijuba. Anais do VII Congresso Brasileiro de Geógrafos, Vitória, 2014.
SIMONIAN, L. T. L. Tendências recentes quanto à sustentabilidade no uso de recursos naturais pelas populações
tradicionais amazônidas. In: ARAGON, E. (Org.). Populações e meio ambiente na Pan-Amazônia. Belém:
NAEA/UFPA, 2007.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autoras/Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).