RELAÇÕES AFETIVAS E MULHERES NEGRAS: OBJETO SEXUAL OU SOLIDÃO.
Abstract
Este artigo tem como objetivo analisar a afetividade e a solidão da mulher negra partindo do ponto de vista de que as relações afetiva-sexuais estão relacionadas com a dimensão racial. É histórico o tratamento desumano dado às mulheres negras, não sendo autorizadas sequer a demonstrar seus sentimentos ou escolher livremente seus parceiros. Se para as mulheres o exercício dos principais direitos eram tolhidos, no tocante as mulheres negras a situação era ainda pior. Relatos históricos apresentam que as mulheres brancas representavam a candura, inocência e fragilidade, enquanto as mulheres negras poderiam aguentar os mais cruéis tratamentos. Atualmente, os crescentes percentuais de mulheres negras solitárias deixa clara a seguinte situação: ou a mulher negra é objetificada sexualmente ou é condenada a viver sozinha. A partir dessa análise se verificará teorias como a da degenerescência racial e a do branqueamento sob a justificativa da necessidade de fomento da discussão de tão importante e atual tema. O problema a que se pretende abordar seria como as questões raciais e o recorte histórico da escravidão e suas consequências que perduram até hoje no Brasil, refletem na afetividade das mulheres negras.
References
BOURDIEU, P. (2005). A dominação masculina. Bertrand Brasil: Rio de Janeiro.
DEL PRIORE, M. (2013). Histórias e Conversas de Mulher. Planeta: São Paulo. 1 ed.
EVARISTO. C. (2003). Gênero e Etnia: uma escre(vivência) de dupla face. UFPB. I Seminário Internacional Mulheres e Literatura.
___________. (2006). “Escrevivência” em becos da memória. Mazza: Belo Horizonte.
HOOKS. B. (1995). Intelectuais negras. Estudos Feministas, n. 2.
KILOMBA, G. (2012). Plantation Memories: Episodes of Everyday Racism. Unrast Verlag: Munster.
PACHECO, A. C. L. (2013). Mulher negra: afetividade e solidão. ÉDUFBA: Salvador.
PATEMAN, C. (1993). O Contrato Sexual. Tradução de Marta Avancini. Paz e Terra: São Paulo.
RIBEIRO, D. (2017). O que é lugar de fala? Letramento: Belo Horizonte.
RIBEIRO. M. (2015). Mulheres negras brasileiras: de Bertioga a Beijing. Revista de Estudos Feministas, v. 3, n. 2.
SAFFIOTI, H. I. B. (2011). Gênero, patriarcado, violência. Editora: Expressão Popular, reimp.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autoras/Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).