PRECARIZAÇÃO, SOFRIMENTOS E MEMÓRIAS DOS TRABALHADORES DAS MADEIREIRAS NO MARAJÓ: A QUEM INTERESSA(VA) O SILÊNCIO?
Resumen
O artigo analisa as condições dos trabalhadores com atuação nas empresas madeireiras no município de Breves. Parte-se do contexto de saque e exploração dos recursos naturais na Pan-Amazônia em tempos da guerra de commodities. A economia madeireira baseia-se no saque e desmatamento, mas tem na exploração da força de trabalho a condição de ímpar para acumulação ampliada do lucro. O sistema capitalista vem destruindo os modos de vida de comunidades ribeirinhas, além de promover a desestruturação socioambiental. O resgate da memória de trabalhadores mutilados pelos empreendimentos é a maior contribuição deste trabalho, mas a atualização do tema permite informar a continuidade do processo em escala menor. O tempo-espaço das Amazônias na América do Sul são detentoras de histórias, memórias e lutas, dentre elas, os movimentos em rede para a preservação da vida e do trabalho digno. A sociologia e a história são áreas de conhecimento que colaboram para a instrumentalização da luta epistêmica para a valorização dos direitos socioterritoriais.Citas
ARANHA, A.; CALIARI, T. Trabalho escravo na Amazônia: homens cortam árvores sob risco e ameaça. Repórter Brasil. 13 de mar. 2017. Disponível: < https://reporterbrasil.org.br/2017/03/trabalho-escravo-na-amazonia-homens-cortam-arvores-sob-risco-e-ameaca/>. Acesso em: 28 de mar. 2020.
BARATA, Adriana Simone do Nascimento. Ambiente e ordenamento do território: a questão ambiental dos desmatamentos em áreas protegidas na Amazônia. Estudo de caso na RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável) Alcobaça, Tucuruí-Pará-Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Coimbra, Coimbra, 2011.
BRASIL. [Constituição (1988)] Constituição da República Federativa do Brasil [recurso eletrônico]: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a 85/2015 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2015.
BRASIL. Legislação Ambiental Básica / Ministério do Meio Ambiente. Consultoria Jurídica. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, UNESCO, 2008.
CASTRO, Edna; PINTO, Renan Freitas. Decolonialidade e sociologia na América Latina. Belém: NAEA: UFPA, 2018.
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf >. Acesso em 22 de mar. 2020.
GONÇALVES, Amanda C. O. et al. A função socioambiental do patrimônio da União na Amazônia. Capítulo V: Marajó, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Função Socioambiental do patrimônio da União na Amazônia / organizador: Fábio Alves. – Brasília: Ipea, 2016. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/160623_livro_funcao_socioambiental.pdf >. Acessado em: 13 de março 2020.
IBGE. Censo demográfico 2010 e Mapa de Pobreza e Desigualdade dos Municípios Brasileiros. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2018.
LEÃO, Dione do S, S. O porto de Breves em Narrativas (1940-1980). 1º. ED. Belém- PA: GAPTA-UFPA, 2014. V. 1º. 170P.
MEDEIROS, J. V.; JURADO, S. R. Acidentes de trabalho em madeireiras: uma revisão bibliográfica. RevistaAgrogeoambiental, Pouso Alegre, v. 5, n. 2, caderno II, p.87-96, ago. 2013.
MIRANDA, Carolina Barros. O Potencial turístico do Município de Breves. Departamento de Turismo/UFPA (Monografia), Belém, 2007.
NIETZSCHE, F.W. O Anticristo. 1ª ed. São Paulo: Coleção L&MP Pocket, 2008.
RAMOS FILHO, Eraldo da S. Movimentos Socioterritoriais, a Contrarreforma Agrária do Banco Mundial e o Combate à Pobreza Rural. São Paulo, Buenos Aires: Outras Expressões, CLACSO, 2013
RAMOS, Elenise. RODRIGUES, Aldair. SANTOS, Dione. Notas sobre o processo de utilização dos recursos naturais no Marajó-Breves e suas consequências: um futuro à (re) construir. V Jornada Internacional de Políticas Públicas. São Luís Maranhão 2011.
RESQUE, Samir Pinto. Exploração madeireira e trabalho análogo ao de escravo no estado do Pará: o caso do Arquipélago do Marajó. Belém, 2013.
SANTOS, Daiana, Brito. Economia madeireira: dificuldades de regulação e efeitos sobre quilombolas no arquipélago do Marajó. Belém 2015.
VERÍSSIMO, A.; LIMA, E.; & LENTINI, M. 2002. Polos Madeireiros do Estado do Pará. Belém: Imazon. 2002.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista Espirales
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Autoras/Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).