México e Estados Unidos: narcotráfico e tensões sob Trump 

10-09-2025

O artigo “O horizonte das relações México-Estados Unidos sobre o tema do narcotráfico internacional”, de Danillo Avellar Bragança (UFF), analisa os desafios contemporâneos das relações bilaterais entre os dois países em um cenário marcado por violência interna, dependência econômica e incertezas políticas. 

O México enfrenta a maior onda de violência desde o governo Calderón, agravada pela atuação dos cartéis e pela baixa popularidade do então presidente Enrique Peña Nieto. Ao mesmo tempo, a chegada de Donald Trump à Casa Branca trouxe um tom hostil às relações com o vizinho do sul, com ameaças de construção do muro e revisão do NAFTA, colocando em xeque a cooperação histórica sustentada pela Iniciativa Mérida. 

O estudo aponta que o narcotráfico continua sendo o principal eixo de tensão, embora seja um problema comum, prevalecem desconfiança e desequilíbrios entre Washington e Cidade do México. A guerra às drogas, militarizada desde 2007, já soma mais de 100 mil mortos e mostra-se ineficaz, alimentada pela chegada massiva de armas dos EUA ao México e pelo fortalecimento de cartéis como o Jalisco Nueva Generación e o Sinaloa. 

Danillo Bragança discute ainda os caminhos alternativos para a política externa mexicana, como a diversificação de parceiros (Aliança do Pacífico, União Europeia, TPP-11) e maior protagonismo regional. No entanto, ressalta que a dependência estrutural dos EUA, no comércio, nas remessas de migrantes e na segurança, limita a autonomia mexicana. 

Entre a pressão externa de Washington e a crise interna de violência e corrupção, o futuro das relações bilaterais e da guerra às drogas dependerá da capacidade de o país construir novas estratégias, menos militarizadas e mais orientadas à cooperação multilateral. 

Link para ler o artigo completo publicado na Espirales, v. 1, n. 1, em dezembro de 2017.