A luta global contra a AIDS: Brasil, Banco Mundial e os bastidores da governança em saúde
Quarenta anos após o início da epidemia, o HIV continua desafiando governos e organismos internacionais. Apesar da queda global de novas infecções desde 2010, a América Latina destoou da tendência. O Brasil, epicentro regional, concentra quase metade dos casos e mortes. A região registrou aumento de 8% no casos.
O artigo de Letícia Schabbach e Talita Eger, publicado na Revista Espirales – Volume 9, investiga o papel do Banco Mundial (BM) na governança global da AIDS e mostra como o país construiu sua resposta em meio a tensões entre autonomia e dependência externa.
A pesquisa revela três grandes arranjos de governança: nos anos 1980, destaque para ONGs e estados pioneiros, como São Paulo; nos anos 1990, centralização pelo Ministério da Saúde, fortalecido pelos projetos AIDS I e II financiados pelo BM; e, entre 2000 e 2015, descentralização com recursos fundo a fundo para municípios.
O Brasil ganhou projeção mundial ao garantir tratamento universal e gratuito com antirretrovirais, enfrentar farmacêuticas na “guerra das patentes” e liderar a cooperação Sul-Sul. Porém, perdeu protagonismo após 2010, com corte de recursos externos e mudanças políticas internas.
O estudo mostra que a luta contra a AIDS expõe dilemas atuais. Até onde países do Sul podem influenciar a agenda global? Como equilibrar pressões neoliberais, direitos universais e participação social? O caso brasileiro revela que, mesmo em cenário desigual, é possível transformar resistência em liderança.
O artigo traz estas curiosidades detalhadas. Link para leitura do artigo completo.
