POLÍTICA CULTURAL DE BASE COMUNITÁRIA

O CULTURA VIVA E O IBERCULTURA VIVA COMO EXERCÍCIOS DE DIPLOMACIA CULTURAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29327/2336496.8.2-17

Palavras-chave:

cooperação internacional, políticas culturais latino-americanas, IberCultura Viva, Cultura Viva

Resumo

O esforço deste artigo é oferecer contribuições na análise de um exemplo de cooperação internacional, o IberCultura Viva, vislumbrando os eixos programáticos da ação com outras políticas nacionais, marcadamente, o exemplo brasileiro: o Programa Nacional Cultura, Arte, Educação e Cidadania, criado em 2004 e institucionalizado como política pública em 2014: Política Nacional de Cultura Viva. Considera-se que o exemplo aqui retratado percebe de forma importante esta nova relação entre Estado e sociedade e a necessidade que se construiu de oferecer políticas culturais com olhar atento para as práticas e saberes comunitários. As bases de inspiração do modelo Iber aqui  analisado, dão conta deste cenário e trazem uma nova camada de reflexão sobre o objetivo de um programa de cooperação internacional: contribuir para a potência de práticas na esfera dos sujeitos e não apenas (ou prioritariamente) na dinâmica das políticas ou administrações centrais de cada um dos países envolvidos. 

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Publicado

2024-12-19

Como Citar

Rebello Lima, D. (2024). POLÍTICA CULTURAL DE BASE COMUNITÁRIA: O CULTURA VIVA E O IBERCULTURA VIVA COMO EXERCÍCIOS DE DIPLOMACIA CULTURAL. Revista Espirales, 8(2), 350–370. https://doi.org/10.29327/2336496.8.2-17