PLURIVERSIDADE: UM ESBOÇO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIAS INDÍGENAS EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS
Palavras-chave:
História, Estudos decoloniais/anticoloniais, Abya YalaResumo
Não é nada simples fazer uma reflexão sobre as possibilidades e os desafios ao se estudar as histórias dos povos originários das Américas, entrecruzando as interpretações elaboradas por representantes desses povos, as narrativas historiográficas, antropológicas e a etno-história (SACRISTAN, 1995). Além disso, tratar as populações indígenas como personagens dinâmicas, ativas e construtoras de suas histórias nem sempre é o caminho selecionado pelos cursos de história nas universidades brasileiras, a despeito das inúmeras iniciativas que vêm consolidando as pesquisas sobre as centenas de povos indígenas que habitam as Américas. Ultrapassar, ou problematizar, os mitos, preconceitos e estereótipos que foram construídos (e que constantemente se renovam) ao longo da invasão e colonização das Américas (MANDRINI, 2014), é um dos principais objetivos almejados pela Lei 11.645, de 2008, assim como preparar professoras(es) e pesquisadoras(es) para tratar adequadamente das relações étnico-raciais.
Referências
Baniwa, G. (2019). Educação escolar indígena no século XXI: encantos e desencantos. Rio de Janeiro: Mórula, Laced.
Boccara, G. (2002). (Ed.). Colonización, resistencia y mestizaje en las Américas (siglos XVI-XX). Quito: Ediciones Abya-Yala.
Cunha, M. C. (1992). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
Cusicanqui, S. R. (2017). Chhixinakax utxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos colonizadores. In: YUPI, M. (Comp.). Modernidad y pensamiento descolonizador. Memoria del Seminario Internacional. La Paz: U-PIEB – IFEA.
Felgueiras, M. L. (1994) Pensar a história, repensar o seu ensino. Porto: Porto Editora.
Fernández, B; Sepúlveda B. (2017). Pueblos indígenas, saberes y descolonización: procesos interculturales en América Latina. Polis revista latinoamericana, n. 38, 2014. Disponível em: https://polis.revues.org/10323.
Gonzalez, L. (1988). A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 92/93, p. 69-82, jan./jun.
Krenak, A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.
Mandrini, R. (2014). Prejuicios, mitos y estereotipos. El complejo camino de construir una historia de los aborígenes de las llanuras y planicies meridionales de la actual Argentina. Revista Eletrônica da ANPHLAC, n. 17, p. 325-354, jul./dez.
Martí, J. (1983). Nossa América. São Paulo: HUCITEC.
Mbembe, A. (2018). Crítica da razão negra. São Paulo: n-1 edições.
Monteiro, J. (1994). Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras.
Monteiro, J. (2001). Tupis, tapuias e historiadores: estudos de História Indígena e do Indigenismo. Campinas, Unicamp.
Moreira, A. F. B. (2008) Reflexões sobre curriculo e identidade: implicações para a prática pedagógica. In: Moreira, A. F. E. Candau, V. M. (Orgs.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis, RJ: Vozes.
Pavez Ojeda, J. (2008). Cartas mapuche: Siglo XIX. - Santiago: CoLibris & Ocho Libros.
Pitarch, P.; Orobitg, G. (2012). (Orgs.). Modernidades Indígenas. Madrid – Frankfurt, Iberoamericana – Vervuert.
Porto-Gonçalves, C. W. (2009). Entre América e Abya Yala – tensões de territorialidades. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 20, p. 25-30, jul./dez.
Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: Lander, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e Ciências Sociais. Buenos Aires: Clacso.
Sacristan, J. G. (1995) Currículo e Diversidade Cultural. In.: Moreira, A. F. e Silva, T. T. (Orgs). Territórios Contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes.
Dos Santos, E. N. (2015) Da importância de pesquisarmos história dos povos indígenas nas universidades públicas e de a ensinarmos no ensino médio e fundamental. Mneme - Revista de Humanidades, [S. l.], v. 15, n. 35, p. 9–20.
Silva, B. C. C. (2012). Levantamento e análise de informações sobre o desenvolvimento da temática "História e cultura indígena" nos cursos de licenciatura de instituições públicas e privadas. Brasília: Ministério da Educação.
Stephanou, M. (1998). Instaurando maneiras de ser, conhecer e interpretar. Rev. bras. Hist., São Paulo , v. 18, n. 36, p. 15-38.
Turin, R. (2013) Tessituras do tempo. Discurso etnográfico e historicidade no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: EdUERJ.
Zamboni, E. (1993). "O conservadorismo e os paradidáticos de história". In: Revista Brasileira de História. São Paulo, vol.13, nº 25/26, p.175-192.
Zapata Silva, C. (2017). Intelectuales indígenas en Ecuador, Bolivia y Chile. Diferencia, colonialismo y anticolonialismo. Santiago: LOM.
Zapata Silva, C. (2007). (Comp.). Intelectuales indígenas piensan América Latina. Quito: Universidad Andina Simón Bolívar; Ediciones Abya-Yala; Centro de Estudios Culturales Latinoamericanos, Universidad de Chile.
Walsh, C. (2013). (ed.). Pedagogías decoloniales. Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Quito: Ediciones Abya-Yala.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Espirales
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autoras/Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).