RESSIGNIFICAÇÃO HISTÓRICA E HISTORIOGRÁFICA NA AMÉRICA LATINA: UMA PERSPECTIVA DECOLONIAL DA FUNDAÇÃO DO ESTADO-NAÇÃO E DOS FORJAMENTOS DAS IDENTIDADES NACIONAIS NA ZONA LATINOAMERICANA
Abstract
Aborda debates que entrecruzam a transdisciplinaridade que caminha no entorno das Ciências Humanas, desde a história, educação e antropologia até a construção de um processo possível de reconstrução histórica e historiográfica da zona latinoamericana. A ideia de zona de indiscernibilidade, à luz de Deleuze e Guattari, referencia a não divisão de processos, por meio de construções históricas com recortes de delimitação geográfica ou cultural. Portanto, neste ensaio, a denominação zona conecta-se à tentativa de compreender o devir humano, desprendendo-se da estrutura dualógica que constrói as identidades nacionais, consolidadas sobre os pilares divisionais da estrutura colonizadora de superioridade/inferioridade e é posta através das sensações, controles dos corpos, linguagens e construção histórica eurocêntrica do real e do imaginário, pressupondo a negação da diversidade. Ao invés de transformação, objetiva propor a crítica contemporânea e coincidente com o processo coletivo de desconstrução dos padrões educacionais e culturais, atrelado ao processo de decolonialidade dos saberes e poderes, bem como a síntese do conceito foulcautiano de biopolítica. Nesse contexto, as teorias da colonialidad/decolonialidad, acrescidas à reflexão crítica sobre os processos educacionais, poderá contribuir para a compreensão da interferência nos processos de garantia das múltiplas identidades na zona latinoamericana.
References
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? 3.ed. Tradução de Bento
Prado Júnior e Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: 34, 2010.
D’ELIA FILHO, O.Z. Indignos de vida: a forma jurídica da política de extermínio de inimigos na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Revan, 2015.
DUSSEL, E. 1492: el encubrimiento del outro - hacia el origen del mito de la modernidad. Bolívia: CLACSO, 1994.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,
FREYRE, G. Casa-Grande e Senzala. 2. ed. São Paulo: Global, 2005.
GALEANO, E. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM, 2011.
GROSFOGUEL, R. Racismo Epistémico, islamofobia epistémica y ciencias
sociales coloniales. Tabula Rasa, v.14, p.341-355, 2011.
MENESES, G.G.L. La identidad de América en larga duración: ni occidental, niibérica, solo diversa. In: CRUZ, C.A.S.; CORAZZA, G.; SOUZA, N.A. de. (Orgs.). América Latina: olhares e perspectivas, Florianópolis: Insular, 2015.
PACHECO DE OLIVEIRA, J. (Org.). A viagem da volta: etnicidade, política e
reelaboração cultural no nordeste indígena. 2.ed. Rio de Janeiro: LACED, 2004.
SOLON, P. Es posible el Vivir Bien: Reflexiones a Quema Ropa sobre
Alternativas Sistémicas. Bolívia: Fundación Solo, 2016.
QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In:
LANDER, E. A colonialidade do saber: eurocentrismo e Ciências Sociais.
Perspectivas latino-americanas, Buenos Aires: CLACSO, 2005.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, São Paulo: Editora Companhia das Letras, 1995.
RUIZ, L.M; RODRÍGUEZ, E.C. La Regeneración revisitada: pluriverso y
hegemonía en la construcción del estado-nación en Colombia. Medellín: La
Carreta, 2011.
WALLERSTEIN, I. O Sistema Mundial Moderno. v.1. Cidade do Porto:
Afrontamento, 1990.
ZAFFARONI, E.R. O inimigo no direito penal. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autoras/Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).