A força da mística no MST: resistência coletiva contra a lógica neoliberal

12-09-2025

O artigo “A mística como formador e indutor do comum: a experiência do MST”, de Pedro Almeida da Silva e Odair Neitzel, analisa como a prática da mística no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se relaciona ao conceito de comum desenvolvido por Pierre Dardot e Christian Laval. Os escritores franceses sustentam que, diante do neoliberalismo, torna-se imprescindível desenvolver, de maneira colaborativa, alternativas fundamentadas na cooperação, coorganização e autogestão. Nesse cenário, o MST surge como um exemplo tangível de resistência, particularmente através da mística, vista como uma prática pedagógica, cultural e política.

A pesquisa, de caráter bibliográfico e analítico, mostra que a mística, originada na Teologia da Libertação e ressignificada no movimento, atua como força mobilizadora e formadora. Ela une militantes, fortalece a consciência crítica e atualiza memórias de luta, projetando novos sonhos coletivos. Por meio de teatro, música, símbolos e rituais, cria laços de solidariedade e de pertencimento.

Apesar de desafios como hierarquias internas e influências neoliberais, a mística se mantém como elemento central da pedagogia do MST, capaz de superar o individualismo e reforçar o compromisso com a reforma agrária e a educação popular. Para os autores, trata-se de um exemplo prático do comum, ao transformar indignação em ação coletiva e esperança em projeto político. O artigo demonstra que a mística é mais do que um ritual: é motor de resistência, de formação e de construção de uma sociedade mais justa, democrática e solidária.

Um convite à leitura da mística do MST. Link para você baixar e ler o artigo completo.