O MITO DA “ILHA BRASIL” A ESTRUTURA DO MITO E A IDEIA DE BRASIL LATINO
Ilha Brasil? Brasil Latino?
O artigo de Nícollas Cayann revisita a construção do chamado “mito da Ilha Brasil” e suas implicações na formação da identidade brasileira em relação à América Latina. A pesquisa parte de uma leitura crítica de Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas (Sampaio Goes, 1991) e dialoga com autores como Ian Watt e Edmund Leach, explorando o papel da literatura de viagem e da cartografia na criação de imaginários sobre o território. O artigo foi publicado na Revista Espirales (v.1, n.1, 2017).
A “Ilha Brasil” foi representada em mapas dos séculos XVI e XVII como um espaço isolado, cercado por rios e lendas, alimentando visões utópicas próximas às descrições de Thomas More em Utopia. Esse imaginário, associado a relatos de viajantes e missionários, reforçou a ideia de um país afastado dos demais países do continente, diferenciado pela geografia e pela narrativa europeia.
O autor sugere que tal mito contribuiu para o distanciamento simbólico do Brasil em relação ao conceito de “América Latina”, cuja formulação foi marcada pela experiência hispânica. Se, de um lado, o mito expressava fascínio e exotismo, de outro, ajudava a consolidar uma percepção de “ilha” cultural e política, que ecoa até hoje nas discussões sobre a identidade brasileira.
O artigo apresenta de forma instigante como representações literárias e cartográficas moldam fronteiras simbólicas, e como a latinidade brasileira continua a ser um campo de debate aberto, com distanciamentos e aproximações.
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