Autonomia em xeque

22-10-2025

O mundo do século XXI já não se explica pela velha lógica da Guerra Fria. A ascensão da China e o declínio relativo dos Estados Unidos reconfiguram o tabuleiro internacional, obrigando países periféricos como Brasil e Argentina a se moverem com cautela entre os dois gigantes.

O artigo de André Luiz Reis da Silva e Yuri Bravo Coutinho, publicado na Revista Espirales – Volume 9, investiga como essa lógica quadrilateral, que envolve Washington, Pequim, Brasília e Buenos Aires, vem redefinindo margens de autonomia e estratégias de inserção internacional.

A crise de 2008, a guerra comercial sino-americana, a disputa pelo 5G e a pandemia de Covid-19 são marcos que expõem tanto oportunidades quanto limites. Lula e Dilma reforçaram a parceria com a China sem romper com os EUA; Cristina Kirchner buscou equilíbrio pragmático; Macri reaproximou-se de Washington; Bolsonaro ensaiou um alinhamento ideológico com Trump, contido pela força do agronegócio e do comércio chinês; Fernández aprofundou a relação com Pequim, inclusive aderindo à Iniciativa Cinturão e Rota.

O estudo evidencia que, longe da autonomia plena, Brasil e Argentina atuaram num jogo de ganhos relativos, ora aproveitando brechas entre as potências, ora se submetendo a dependências estruturais. A questão central permanece: até onde os países sul-americanos podem escapar da condição periférica e transformar a disputa sino-americana em chance de maior protagonismo?

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