EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) PARA PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE
APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS DA PEDAGOGIA EMANCIPATÓRIA
DOI:
https://doi.org/10.29327/2282886.9.1-18Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, Pessoas Privadas de Liberdade, Pedagogia EmancipatóriaResumo
Este artigo analisa as aproximações e distanciamentos da Pedagogia Emancipatória nas aulas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) destinadas a pessoas privadas de liberdade na Penitenciária Sul, em Santa Catarina. Parte-se do pressuposto de que práticas emancipatórias podem coexistir com abordagens tradicionais, revelando as tensões inerentes à educação em prisões. A fundamentação teórica ancora-se em Paulo Freire, articulando conceitos emancipatórios. A metodologia qualitativa, de abordagem socio-histórica, utilizou entrevistas semiestruturadas com professores, grupo focal com estudantes e análise documental. Os resultados indicam convergências nos aspectos relacionados à humanização das relações, rigorosidade metódica docente, ética e disciplina, mas apontam fragilidades na valorização cultural dos educandos e na inserção da pesquisa como princípio educativo. Conclui-se que, embora existam limitações estruturais e restrições próprias do ambiente prisional, há potencial para ressignificar a EJA como espaço de emancipação e transformação social, desde que se fortaleça o vínculo com a realidade dos estudantes e se superem práticas meramente instrumentais.
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