v. 1 n. 1 (2017): “Se hace camino al andar”

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            Acreditamos no título que colocamos nesse primeiro editorial. Quem em sã consciência editaria uma revista de Jogos e Atividades lúdicas no Ensino de Ciências se não fosse com esse propósito? Por isso começamos a andar. E é com esse primeiro número que apresentamos aos leitores um caminho a se delinear com nossos passos e com aqueles que se predispuseram e atenderam nosso chamado para esse primeiro número da Revista Eletrônica Ludus Scientiae (RELuS).

            A área de jogos no Ensino de Ciências vem crescendo nos últimos anos. Houve um aumento significativo de trabalhos em eventos, sejam na forma de resumos simples ou ainda de trabalhos completos. Tal crescimento é visível em grandes eventos da área, como o Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), quanto nos grandes eventos específicos das áreas de ciências, como o Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ), Encontro Nacional de Ensino de Biologia (ENENBIO) e o Simpósio Nacional de Ensino de Física (SNEF). Concomitantemente, as revistas da área de Ensino de Ciências passaram a receber artigos com essa temática.

              Não temos ainda uma profusão de trabalhos com essa temática exatamente porque somos ainda uma área em desenvolvimento dentro do ensino das ciências naturais. E sabemos que também é marginalizada exatamente por ainda não ter um referencial teórico para chamar de seu. Assim, grande parte das vezes, as publicações são relacionadas a relatos de experiência e, muito raramente, há discussões relacionadas com a investigação científica propriamente dita na seara do lúdico. Não pensamos que isso seja necessariamente ruim. Por isso, a RELuS têm duas grandes seções. Uma de Artigos científicos de pesquisa e outra de Relatos de Experiência. Uma sempre vai alimentar a outra.

            Emprestamos muitas ideias da filosofia, da pedagogia, da epistemologia e tentamos relacioná-las ao ENSINO de ciências. Ainda somos incipientes no que se refere aos jogos e as teorias da aprendizagem, ou ainda em relação aos métodos de pesquisa que alcancem as particularidades do lúdico. Mas como dissemos, faz parte do caminho.

            Começamos o quarto parágrafo e o leitor deve ter notado que já utilizamos três palavras: jogos, atividades lúdicas, lúdico. E ainda podemos utilizar outras mais. E se já é um desafio tentar entender como essas três palavras se relacionam, tentem imaginar as dificuldades oriundas dessas definições quando aplicadas ao Ensino de Ciências. E veja quantos trabalhos científicos se utilizam dessas definições. Algumas vezes, elas significam a mesma coisa. Outras vezes, elas parecem ter outro significado, um diferente do outro. Mas se o objetivo é tentar delinear uma espécie de epistemologia e/ou uma taxonomia do jogo/do lúdico quando aplicados no contexto da educação em ciências, tais aspectos devem passar pela discussão entre os pares, seja em eventos mais específicos, como o Encontro Nacional de Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química (JALEQUIM), ou por meio de um periódico científico.

            Dessa forma, os artigos desse primeiro número apresentam uma série de palavras e definições sobre o jogo/lúdico. Elas procuram ser semelhantes em termos filosóficos mas apresentam uma grande diversidade em termos pedagógicos. E na vontade de caminhar para uma investigação utilizando os jogos, o lúdico, a brincadeira e todos os seus pleonasmos, sonhamos a RELuS.

            Mas não a sonhamos sozinhos. Sonhamos juntos. E a velha máxima torna-se verdadeira: “sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto, é realidade”.

            Nosso objetivo ao caminhar é que possamos publicar dois números por ano. Este é o primeiro. Não vamos descrever cada um dos artigos desse número como preconizam os editoriais. Neste aspecto queremos dar trabalho ao leitor, instigá-lo a conhecer melhor as nuances do universo de possibilidades que o lúdico pode propiciar para os processos de ensino e aprendizagem das ciências. Desejamos que você clique no link de cada um deles e decida por si, o que é bom, o que é ruim, o que é jogo, o que não é, e que, sobretudo, possa, quem sabe, escrever um artigo para o próximo número.

            Sim. Estamos jogando com você. Que tal clicar nos artigos e jogar com a gente? Bom divertimento!

             

Eduardo Luiz Dias Cavalcanti

Maria das Graças Cleophas

Márlon Herbert Flora Barbosa Soares

(Editores da Revista Eletrônica Ludus Scientiae)

Publicado: 28.08.2017